10 de set. de 2005

Num futuro, quem sabe, não tão distante...

Certa vez eu li um texto da Nina Lemos (seria ela?) dizendo que o melhor amigo das pessoas que moram sozinhas e não sabem cozinhar é a famosa comida congelada. Para desespero das avós, quituteiras de mão cheia e contra qualquer coisa que já venha pronta e congelada numa caixa de papelão, vou cá fazer uma homenagem à comida congelada, uma das grandes invenções humanas de toda a história alimentícia.

Como todo sonhador, vejo-me no futuro morando em meu próprio apartamento. O tamanho dele é pequenino, com poucos móveis. A minha sala teria uma poltrona La-Z-Boy de couro, toda preta, uma televisão de plasma na parede, combinando com o meu movie-theater com caixas de som saindo até pelos encanamentos. Só isso já estaria ótimo. Um puff verde limão perto da janela e voilá! Essa seria a sala de estar dos meus sonhos.

Na geladeira de minha casa inexistente, não faltariam os seguintes itens: Yakult, Danoninho, chá-mate, comida chinesa do dia anterior, guaraná Kuat Light, alguma fruta exótica e tropical - que eu não comeria, mas é legal como decoração -, leite, ovos, maionese, ketchup, requeijão e um saco daquelas mini-maçãs da Turma da Mônica. Ah, sem esquecer do imprescindível suco de caixinha de uva da Parmalat.

No congelador, sorvete sabor Napolitano, Flocos e de Pavê de Chocolate (rapaz, esse me conquistou esse ano!). Todas da Kibon, menos o de Flocos, porque o sorvete da Nestlé vem com uns pedaços generosos de chocolate. Um pacote de salsichas da Sadia, gelo, uma garrafa de vodka (sei lá quem serão as minhas visitas) e várias caixas de comida congelada: lasanha à bolonhesa feita pelo Claudio, amigo da minha mãe, hambúrguer de qualquer marca, pois a Mayra me ensinou a fritar que é uma beleza nas penúltimas férias, e muito, mas muito daquele Chicken Popcorn, da Perdigão.

Olha, eu deveria ter no vidro do meu carro inexistente, um Fox motor 1.6, preto e quatro-portas, um adesivo com os seguintes dizeres: "Aqui dirige um amante da Sadia!". Desde pirralho eu piro com os quitutes deles, principalmente os imbatíveis nuggets (normais, só frango. Nada daqueles com vegetais!). Mas, amiguinhos, esse tal do Chicken Popcorn veio para ficar em coração, quer dizer, estômago. Petisco melhor não há: fácil de fazer, crocante e ainda fica delicioso gelado. O mais gostoso é deixar aquelas bolinhas de frango em algum pratinho em riba do fogão e esquecê-los lá por um bom tempo. Depois é passar pela cozinha e pegar três ou mais e jogar na boca. Passo o dia inteiro nesse ritual.

Até o Jorge, meu bulldog inglês inexistente, iria aprovar o Chicken Popcorn. Lamberia o focinho, todo pimpão, ao ver-me colocar aqueles cubinhos de frango empanado em sua tigela personalizada e roxa, que teria na parte lateral externa, grafado em alto relevo, o jeito carinhoso com que eu o apelidaria: Jorjão.

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