15 de jul. de 2005

Tri!


Desculpem, amiguinhos, mas hoje estou feliz. Como é bom ver o seu amado clube ensacar um time de pernas-de-pau vindo do Paraná. Deus do céu, como batem esses caras do Atlético Paranaense! Levaram uma bordoada que não esquecerão tão cedo - nem nós, são-paulinos, os seres mais alegres desse 15 de julho de 2005.

Ir ao estádio em dia de final, só quem já foi pode saber como é. 70 mil neguinhos com as cores tricolores, berrando, descabelando-se, comemorando, xingando, abraçando o torcedor ao seu lado, seja ele seu conhecido ou não. E fazer parte desse momento tão especial é algo único. Já fui a outros momentos decisivos do meu tricolor, mas nada chega aos pés desta final de Libertadores. Saí do Morumbi sem voz, abraçado a minha bandeira, estampando, de peito aberto, a camisa do campeão dos campeões.

Pena que tem torcedor babaca (e quem disse que eles são torcedores?) que confundem alegria com selvageria, quebrando o que encontra pela frente, seja orelhões, janelas, carros e até pessoas. Mas tem aqueles que amam demais esse esporte, que pagam mais de 100 reais em um ingresso, 10 reais para alguém não riscar o seu carro, e ainda se sentem inseguros enquanto caminham até o espetáculo, pois o trabalho da polícia é de uma incompetência enorme. Infelizmente, para muitos, esse maldito jogo de bola é a única alegria que há. Ver 22 jogadores correndo em um gramado. Gastar metade do salário mínimo para ter poucas horas de diversão e esquecer do mundo que há do lado de fora do estádio.

Mas nada é mais gostoso do que chegar no quarto de sua avó, que, julga você, está no décimo round do sono. Mas que, no primeiro ranger do armário, diz com aquela voz rouca e calma que só os bons dorminhocos têm: "É campeão, Gu!".

Foto: Lancenet!

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