23 de jun. de 2004

Não façam o que eu digo

Já cansei de dizer que não sou exemplo pra ninguém, ainda mais quando o assunto é estudo. Fui vagabundo, confesso. Chutava todas as questões de Exatas e me esbaldava nas de Humanas. E quando chegava a redação, quase me ocorria uma ereção de felicidade. Mas, gente, não sou exemplo a seguir, não! Está ouvindo, dona Marina? Eu só passei por mandar bem na maldita da redação!

A Marina é irmã da Irena. Está no primeiro colegial, e as suas notas são muito parecidas com as minhas de quando estava na mesma série. A tua irmã foi uma tremenda duma cdf de carteirinha. Acertava mais de 80% nos simulados e ainda passou na primeira lista da PUC (eu passei na décima primeira).

Outro dia eu comentei que estudar, ou não, em certos casos é engraçado. Minha namorada estudou pra caramba e passou na faculdade que eu também passei. Qual a diferença de passar na primeira e na penúltima lista? Nenhuma!

E agora, a dona Marina resolveu me usar como modelo de vida. No simulado, acertou 36 de 100 questões. Juro, eu ia um pouco menos pior que ela. Daí ela teve a manha - coisa de cabra macho - de falar pra mãe por telefone quanto é que tirou no simulado!

Deve ter levado uma bronca, é lógico. Só que do nada ela me diz ao telefone:
- Ah, o Gustavo passou.

Desligou o telefone e perguntei:

- Eu passei no quê?
- Na faculdade, ué!
- E daí?
- E daí que a minha mãe falou que se eu continuar desse jeito, eu não passo em nenhuma faculdade. Daí eu falei de você...

Porra! Isso lá é coisa que se diga para a mãe?

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