24 de fev. de 2010

Elizabeth Mitchell: a Juliet agora é Erica

SAN DIEGO - Elizabeth Mitchell passou os últimos quatro anos respondendo a perguntas sobre Lost.  E não tinha como ser diferente: sua personagem, Juliet, foi umasdas que mais cresceram na trama e, na 5ª temporada, seu romance com Sawyer (Josh Holloway) foi um dos pontos altos da série – o que, no meio de viagens no tempo e de gente ressuscitando, é um tremendo elogio.

Elizabeth conversou com o Estado durante a primeira apresentação da série V ao público americano.  Até então não se sabia que Juliet estaria morta.  Mas tudo levava a crer que sim, afinal, a atriz estava escalada para ser a protagonista do remake do seriado de alienígenas que foi sucesso na TV aberta há 20 anos. A nova versão chega ao Brasil no dia 7 de abril, no Warner Channel.

O que a levou a emendar uma série com a outra?
Eu não gosto de me sentir entediada, sabe?  Mas foram vários os motivos. O fato de ser um programa liderado por uma mulher me atraiu muito. Me enlouquece de histórias que tenham apenas uma fórmula, e V tem muito sobrerelações pessoais. Eu gosto de estar em algo em que eu me sinta ativa, interessada...  Sexy!  (risos)

Quais as diferenças entre a Juliet e a Erica de V?
Juliet tinha o peso do mundo nas costas, ela passou basicamente três anos sendo torturada.  Ela sofreu muito, mas ao mesmo tempo era persistente,lutava por sua vida, e eu amava isso, de interpretar alguém tão machucada que vivia a vida. O que  gosto na Erica e é que ela ainda não foi machucada, é alguém que a cada segundo de sua vida tenta proteger seu mundo. Ela é muito presente na vida dela, na do filho, em seu trabalho, e isso provavelmente fez seu marido largar dela.  Ela está no começo de sua jornada, o que  gosto muito. E acho bacana que ela é durona, uma agente do FBI com quem ninguém vai querer mexer. Gosto da Juliet sorrateira e da Erica forasteira.

A Erica será a líder da resistência, enquanto, o filho, um dos milhares simpatizantes dos V. Como será essa  relação?
Quem não gostaria deles (invasores)?  Eles são lindos, pacifistas, curam todas nossas doenças. Eles  conseguem eliminar nossas dores. E o triste é que nada disso é verdade. Será interessante a desconstrução da personagem.  Ela perdeu o marido e o filho esconde tudo dela, mas isso não a afeta.  O filho é a única coisa que sobrou em sua vida e isso vai ser bem interessante. Será que ela vai ficar amargurada, raivosa?  Não sei, talvez não. Isso que me diverte.

O remake é parecido com a versão original?
Os roteiristas  pegaram os momentos mais icônicos, aqueles que lembro de dizer “ai!” quando adolescente (risos).  Eu passava as noites vendo V com meus pais, e lembro de debater sobre o bem e o mal presentes no seriado.

Agora que saiu de Lost você pode dizer a sua teoria sobre a série?
Não posso dizer que saí, desculpa!  Mas vou aparecer na última temporada mais de uma vez.  Minha teoria é que a ilha é um lugar de redenção para as pessoasque fizeram algo de ruim.  Mas eu posso estar enganada...  Isso é o que eu sempre achei, fora ou dentro da série.

* Matéria publicada no Estadão