13 de set. de 2009

Entrevista com Alexander Skargård: "o Eric é um cara legal"


Conforme eu tinha prometido, deixo hoje a entrevista, na íntegra, que fiz com Alexander Skargård, ator sueco que faz o vampiro Eric Northman, de True Blood. O seriado tem neste domingo o final de sua 2ª temporada, nos Estados Unidos. A conversa foi feita em julho, durante uma junket da HBO com jornalistas de fora dos EUA, do qual o Estadão fez parte. Ele é alto, mais de 1,90m e, ao vivo, não tem nada daquele charme que emana na telinha - tem um jeitão até meio jeca-tatu, inclusive.

Mesmo assim, deixou a mulherada (e alguns homens) babando: o cara é um gentleman, daqueles que levanta da cadeira quando uma mulher vai se sentar. Uma curiosidade: foi o único ator da série a cumprimentar todos os jornalistas da mesa do qual fiz parte. Os outros só sentavam e davam um "oi geral" - a Anna Paquin nem isso.

Parece besteira, mas tal gesto nos conquistou.

A entrevista abaixo foi feita em duas partes - durante a junket e, depois, na sala do café da manhã. O Four Seasons de Los Angeles tinha um brownie que era uma coisa de louco. Acabei trombando com o Alexander por lá: assim como eu, ele tava se sujando todo com a guloseima de chocolate.

Você ainda filma na Suécia?
Sim, estou voltando daqui uns dias. É importante voltar para a Suécia e filmar na sua própria lingua.

Seu pai (Stellan Skarsgård) é um famoso ator. O quanto isso o influenciou?
Meu pai é ator e ele me dirigiu uma vez quando eu tinha 7 anos. Uma coisa levou a outra, e trabalhei até os 13 anos como ator na Suécia, onde fazia filmes e programas. Daí parei, não gostava da atenção, é uma época estranha para ser famoso, sabe? Não sabia quem eu queria ser... Meus pais me incentivaram muito, diziam que se eu não tivesse paixão pela coisa deveria largar mesmo. Eles nunca me empurraram, se tivessem feito o contrário eu não estaria aqui. Quando fiz 20 anos, voltei (a atuar).

E como foi essa transição de astro adolescente na Suécia para ator desconhecido de Hollywood?
Eu fiz teatro em Nova York aos 20 anos e queria saber no que isso ia dar. Eu sentia falta (de atuar). Voltei para a Suécia e fiz alguns trabalhos. Em 1999, meu pai estava divulgando um filme na Califórnia. Eu estava de férias e o agente dele perguntou se eu não queria fazer um teste para o Zoolander. E eu consegui o emprego!

Zoolander? Um clássico!
(Risos) Achei até fácil e, por causa do filme, consegui alguém para me representar. O mercado na Suécia é muito pequeno, não temos tantos diretores bons quanto antigamente, você tem de aceitar qualquer trabalho para pagar suas contas. Então eu filmava na Suécia, juntava uma grana e vinha fazer umas entrevistas na Califórnia. Ficava na casa de uns amigos e, se nada desse certo, voltava para a Suécia e depois fazia tudo de novo. Fiz isso durante três anos e em 2007 eu entrei em outra série da HBO, Generation Kill.



Você está bronzeado agora. Durante as filmagens você tem de evitar o sol?
Por seis meses eu não vou à praia e uso protetor solar fator 50... (risos)

Qual é o gosto do sangue que vocês bebem nas gravações?
É muito doce, como um xarope.

O Eric é o vampiro mais "fodão" de True Blood?
Não concordo que eu seja um vampiro muito mal. Na primeira temporada, o Eric é intimidador, o vampiro vinking, chefe do Bill. Ele tem esse lado diabólico por dentro, mas na segunda temporada você entende como ele surgiu, o seu lado legal e como é um grande amigo. O sumiço do criador dele em Dallas acaba sendo a primeira vez em que vemos ele tomar uma atitude em razão de um motivo pessoal.

Como é ser um vampiro?
Como vampiro, eu faço o que quero, crio minhas próprias regras. Não acredito em vampiros na vida real. Eu assisti aos filmes clássicos de vampiros, como Nosferatu, aqueles clássicos antigos, e esses personagens são muito diferentes do Eric, que é mais moderno. Ele tem 1000 anos de vida, é alguém quase humano. E um predador.

Foi divertido gravar o bizarro videclipe de Paparazzi, com a Lady Gaga?
Foi algo divertido, interessante, adorei quando li o roteiro! Eu tento matá-la e ela me mata. (risos)

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