14 de abr. de 2005

Evribode

Eu estou à procura de uma escola de inglês e, pelo o que parece, achei uma muito legal. Agora só dependo do sinal positivo de mamãe para que tudo dê certo. Vejo-me diante de um Júlio César; vou expor meus milhares de argumentos, mostrarei prós e esconderei os contras, farei chantagem e o escambau. Ela ouvirá tudo silenciosamente, esticará o braço direito para frente, com as mãos fechadas, e levantará o polegar. Caso ele fique para cima, ganhei a parada, mas se ela virá-lo para baixo, isso indicará que o meu plano foi um fracasso.

Honestamente, eu não faço nada. Assim: estudo numa faculdade meia-boca, cujos professores vivem faltando por "motivos de força maior" e que seus funcionários adoram uma greve. As minhas tardes são preenchidas com horas de sono e, irregularmente, uma ida à academia. Sou vagabundo, admito. E, como não arranjo um emprego bacanudo, decidi levantar a bunda e correr atrás de um idioma que acrescente algo ao meu futuro.

Para piorar, eu nunca fiz escolinha de idiomas, que vergonha! Mas me resolvo no inglês - inclusive na conversação. Quando me perguntaram qual o nível que estou em relação à língua, afirmo estar no "patamar Salma Hayek", ou seja, consigo falar e entender que é uma beleza, mas tenho um sotaque latino e disparo uma conjunção após cinco segundos de reflexão. São poucos o que entendem a minha linha de pensamento, devido a sua lerdeza.

Às vezes eu atinjo o "nível Roberto Benigni", o que é bem desagradável. É um dialeto macarrônico, filho do português com o inglês britânico. O everybody corre o risco de sair um "evribode". Também nutro o desejo de falar espanhol, mas daí eu preciso de mais calma. Na língua de Cervantes eu sei dizer, Yo quiero Tacobell e Somos los Orishas, somos de Cuba.

Acredito estar no "patamar Luxemburgo".

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