11 de jul. de 2004

Bozo? Fernanda Lima?


Qualquer mulher na face da Terra já teve treta com cabeleireiro. Queimaram o seu cabelo, pintaram duma cor errada ou cortaram muito curto. Podem perguntar. Eu, hoje, posso me enquadrar a tais mulheres. Queria porque queria deixar um visual mais bacanudo, moderninho, mais cool. Ora! , pensei. Vou pintar o cabelo!

Há um ano, meu cabelo era compridinho, com direito a luzes e tiara. Uma baitola em potencial. Depois cortei, rasparam (faculdade) e ele começou a crescer. Eu deixava um moicano paraguaio, depois, o bagunçava até ele ficar normal, de gente. Seria uma boa hora para mudanças? Sim! Loira novamente? Não: vermelho fatal! Fogo, desejo, paixão. Um tesão para o inverno. Apenas algumas mechas, lógico.

A bicha que me atendeu perguntou:
- Como você vai querer?

Sou enjoado, portanto, dou uma resposta enigmática:
- Como estivesse pintando um quadro, jogando tinta nele. Pá! Esparrama tudo, não quero nada bonitinho.

Confuso, não? Quem mandou assistir um filme sobre Pollock? Arte de vanguarda e surrealista no meu cocoruto. Chamou a assistente, explicou o procedimento; ela maneou a cabeça e preparou a tintura. Enquanto pincelava o meu cabelo, lia uma Vip, pois estava precisando mostrar que ainda há um lado macho em meu organismo. Foram 20 minutos de espera.

- Posso ver? , perguntei.
- Tem que lavar antes... , ouvi da assistente monga.

Lavou e ainda ganhei uma massagem. Maravilha! Olhei para o espelho e gostei do resultado - diferente. Ao chegar em casa, ouvi de meu irmão:
- Fernanda Lima?

Ignorei. Ouvi de papai:
- Bozo?

Peraí! Bozo é mancada, pô! Meu cabelo não estava pra tanto assim. Corro até o banheiro, fito os olhos ao espelho, coloco as duas mãos na bochecha, tal qual Macaulay Culkin em "Esqueceram de Mim".

- Putaqueupariu! Que merda!

Pica-pau, Thundercats, água de salsicha. Com um pouco mais de atenção, estava a cara do Júlio, falecido tecladista dos Mamonas Assassinas. A mama veio até o banheiro, pois ouvira um grito, obviamente, e não disse nada, apenas começou a dar risada. No salão, o cabelo estava molhado, ou seja, a tinta não realçava tanto. Bastou ele secar pra nascer o Curupira que aflorado dentro de mim. Broxante.

Resumo da ópera: comprei um shampoo tonalizante e agora o cabelo está um vermelho bem bonito. Bacana. Pena que o castanho-claro natural está meio acaju.

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