29 de jun. de 2004

Se joga, bi!

Todo mundo lembra do filme acima, não? Aposto que muito recordaram daquela famosa cena em que o personagem interpretado por Kevin Kline se assume de vez, ao tocar "I Will Survive" no seu som. Impagável.

Ontem, na academia, tal cena veio à minha memória. Academia, como muitos sabem, é reduto das bibas. Geralmente eles vão em duplas, exibindo orgulhosos os bíceps e peitorais aos colegas e, não sei por raios, adoram se julgar os pegadores. "Tal fulana eu peguei mesmo!", exclama um suspeito. Impressionante, não vejo razão pra tanta falsidade. "Se joga, bi!", diria um amigo gay.

No mesmo dia, um Dj estava discotecando. No início, apenas "músicas Jovem Pan". Aos poucos foi melhorando, colocando alguns clássicos até chegar ao auge: hinos incondicionalmente gays. A caixa de som soltava o refrão: "You just good to be true...". Não tive dúvidas: virei o rosto para trás e vi os "machões" se segurando em pé para não soltarem os quadris. "Can't take my eyes off you...". Caras e bocas eram feitas, e a música continuava. Do refrão não passa, do refrão não passa, era o meu mantra. Vem a famosa entradinha e o refrão: "I love you baby...". Dois cantam e balançam a cabeça. Outros olham, começam a mexer um pouco os braços e bater o pé levemente.

O Dj, percebendo a reação, solta "Staying Alive". Ah, agora só deu neguinho saindo do armário. Sensacional! Entoavam a letra, faziam alguns passinhos à John Travolta. As mulheres, boquiabertas, apenas olhavam. Juro, se tal música estivesse tocando no vestiário, só ia rolar um trenzinho básico e barbie dando toalhada no outro.

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