26 de fev. de 2004



Esse gordinho é o ídolo da geração contra-Bush. Desde seu famigerado discurso no Oscar, os brasileiros – assim como o resto do mundo - colocaram os holofotes sobre Michael Moore. Quem será esse desbocado sem papas na língua?

Confesso que preferi ficar em cima do muro, em relação a essa pessoa. Já tive a oportunidade de ver dois documentários de sua autoria, e estou lendo seu best-seller Stupid White Men. Levantei as mãos ao céu e agradeci por o livro não ficar apenas metendo o pau no Bush. Cara, qualquer idiota sabe citar um argumento xingando o presidente. Chamá-lo de filho da puta e idiota tornou-se pleonasmo. Não agüentava mais. Feliz, fiquei, conforme fui lendo, que Moore critica, principalmente, a sociedade americana e todas suas falcatruas políticas.

O livro é um pé no ouvido de toda a população. Somos todos iguais. Em qualquer lugar há preconceito, exploração, desigualdade... O ser humano é nojento em qualquer ponto da Terra. Com ótimas tiradas, o escritor cobra de nossa parte cidadania e conscientização. Diversas vezes ele mostra e, afirma, que uma voz não pode ser calada, que uma pessoa pode, sim, mudar muita coisa. Exemplos não faltam.

Não ponho o Michael Moore num pedestal, como muita gente faz. Respeito-o, apenas. Tudo o que ele faz não devia ser algo efêmero, único, mas sim algo que todos devemos fazer. Usar de nossos direitos e cobrá-los, clamando justiça e respeito aos cidadãos. Michael Moore demonstra ter conscientização, diferente dessa sociedade mundial alienada. O engraçado, é que essa “conscientização” garantiu a aposentadoria de seus bisnetos. Preferimos encher o bolso do cara, comprando seus livros, a ter que tentarmos mudar a situação em que vivemos – o que ele tanto pede. Acha-se engraçado o sujeito e depois se cruzam os braços, vendo o que se passa na sua frente sem dar um pio.

O livro é bom. Recomendo o capítulo “Matem Os Branquelas”.

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