12 de set. de 2010

Skank lança 2º álbum ao vivo e diz que nunca quis fazer acústico

“Temos muito tesão de entrar em estúdio”. É assim que o baterista do Skank, Haroldo Ferreti, resume a discografia da banda, em entrevista ao G1. Com 19 anos de estrada e 11 álbuns lançados, o grupo divulga na próxima semana o seu segundo registro ao vivo: um show no Mineirão para mais de 50 mil pessoas que virou CD e DVD pelo canal Multishow. A apresentação também vai ao ar neste domingo (12), às 22h30.

Segundo Ferreti, os integrantes não se preocuparam em criar novos arranjos para as 31 músicas que entraram no disco duplo. “É o que já fazíamos nos shows. Só temos ‘Tanto’, que saiu dos nosso repertório há um tempo e o Samuel puxou de improviso, e ‘Ali’, que o pessoal sempre pede”, explica, citando faixas de CDs de 1993 e de 2004.

Pelo repertório do show, é possível perceber como o estilo musical do grupo mineiro sofreu uma metamorfose ao longo dos anos, do reggae com ska de “Calango” (1994) a um certo brit pop da velha-guarda que marcou os últimos discos a partir de “Cosmotron”(2003).

Ao assistir a gravação, nota-se que “Jackie tequila”, “Te ver” e outras “das antigas” animaram muito mais o público do Mineirão, mas Ferreti não acredita que faixas mais recentes, como a balada “Ainda gosto dela”, não sejam também “de estádio”.

“A banda mudou, tivemos algumas rupturas e o público passou a nos enxergar desse jeito. ‘Resposta’ foi lançado há 12 anos depois de uma série de músicas vibrantes, então nada mais choca. Os fãs também apreciam a ‘fase violão’: veja um DVD do Queen e me diga se ‘Love of my life’ não é música de estádio também?”, provoca.

“’De repente’, que é uma das três músicas inéditas do CD, é um reggae que parece de nosso primeiro disco”, completa.

‘Não basta ser músico, tem de participar’
Apesar da forte ligação que o Skank tem com a capital mineira, Ferreti comenta que essa foi a primeira vez que a banda gravou um material ao vivo na cidade. E por se tratar do segundo registro desse tipo do grupo (em 2001 eles fizeram um "MTV ao vivo" em Ouro Preto), fica difícil não fazer a pergunta sobre o clássico - e manjado - projeto acústico, item que falta na discografia dos músicos.

“Toda vez que renovamos contrato com a gravadora ou lançamos algo novo surge o tema do acústico. Mas nunca tivemos vontade de fazer um! Não vou dizer nunca, quem sabe um dia não fazemos uma releitura ‘desvalvulada’ de nosso cancioneiro?”, brinca.

O baterista cita que a escolha pelo estádio do Mineirão para a gravação foi até óbvia, devido a ligação do Skank com o esporte bretão – além do hino “Uma partida de futebol”, a banda chegou a ter um uniforme oficial, criado por uma fabricante esportiva.

Ferreti diz que a sensação de tocar no estádio “dificilmente irá se repetir”. Isso pode ser visto na reação dos integrantes durante o show – em certos momentos, o guitarrista e vocalista Samuel Rosa pega uma câmera de vídeo portátil e filma o público. O material é depois editado pelo baterista, que o disponibiliza no site oficial do grupo.

Outra curiosidade é que dá para notar o próprio Ferreti, em um trecho específico, apontando o seu celular para a plateia. “Foi um momento de registrar e twittar. O Skank, modéstia à parte, usa bem as novidades tecnológicas e se dedica a dar informações aos fãs. Hoje em dia não basta ser músico, tem de participar.”


* Matéria publicada no G1

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