30 de mai. de 2009

Glee, a sua próxima série de TV favorita


É bem difícil encontrar escritores que saibam falar sobre o universo jovem sem cair naquelas de falsos moralismos ou piadas chulas. Achar um material nessa pegada em seriados e filmes é bem complicado.

Das séries de TV para teenagers, uma que eu gostei muito foi Popular. Estavam ali os dramas e os quiproquós da adolescência de um jeito natural, sem muito melodrama, caindo até um pouco para o humor. Os personagens eram ótimos e a maioria dos atores não era pessoas de 30 anos nos papeis de pessoas de 17, sabe?

Ryan Murphy, mais conhecido por Nip/Tuck, foi o criador de Popular. Ele retorna agora ao universo adolescente com Glee, nova comédia da Fox americana para setembro. Seu piloto de 1 hora entrou no ar logo depois da final do último American Idol e deixou uma ótima impressão. Mas antes de eu falar sobre a trama, peço para que os preconceituosos ignorem a sinopse meio High School Musical, tá?

A história se passa dentro de um colégio americano, com todos aqueles personagens que sabemos de cor e salteado. O professor de espanhol assume a coordenação do Glee Club, tipo um coral com musical da escola. O clube não tem verba, é largado às traças. Mas o profe, que fez parte do Glee quando estudante, quer ressuscitá-lo contra tudo e todos e deixá-lo apto para a disputa do Campeonato Regional de Glees.

Entre os alunos que aceitam participar do desafio estão uma cantora filha de dois gays que se acha estrela, um guitarrista cadeirante (!), uma japa lésbica, uma negona meio Areta Franklin e um afetado. Fecha o pacote o quarterback da escola, que vai sofrear uma pressão básica por gostar mais de dar um agudinho do que arremessar aquela bola oval.

Quem assiste Nip/Tuck sabe que Murphy tem um humor ácido da poxa. Então a impressão inicial é que estamos diante de algo que Tina Fey poderia ter feito, um Meninas Malvadas para a televisão. Exemplo: a líder das cheerleaders também preside o Clube do Celibato. As referências à cultura jovem atual também são ótimas. Exemplo: a ótima protagonista, que se acha, exibe vídeos de suas cantorias no MySpace.

Os atores também são bons, em especial os estudantes, que têm um timing de humor bem legal. Mas o destaque mesmo é a trilha sonora, que mistura clássicos dos musicais, como Mr. Cellophane, de Chicago, e You're The One That I Want, do Grease, com os hits radiofônicos I Kissed a Girl, de Katy Perry, e Rehab, da nossa barraqueira predileta Amy Winehouse.

Além do mais, Glee é uma delícia para quem curte musicais. Sempre há a expectativa de alguém vai sair por aí soltando um falsete ou começando a sapatear pelo corredor da escola.

Minhas expectativas sobre o seriado são as melhores, apesar da curiosidade em saber como que a história vai rolar durante a temporada. O piloto tem uma puta produção e põe de uma vez só todas as boas cartas da série - o que me deixa um pouco apreensivo para que os episódios não soem repetidos e, futuramente, enfadonhos.

Assistam ao vídeo abaixo e confiram vocês mesmos se Glee não vale fácil o download.

Nenhum comentário: