2 de jan. de 2009

10 Discos de 2008: 6) The Ting Tings - We Started Nothing


Sim, eu acreditei no hype. Quando comentei com algumas pessoas que no meu Top 10 entraria o The Ting Things, muitas torceram o nariz. "Mas o CD inteiro?", ouvi. Sim, o CD inteiro, que foi justamente o disco que mais escutei no ano passado. Além do mais, adoro bandas que, na verdade, são uma dupla. Admito.

We Started Nothing é um grande disco pop. Com ótimos hits para escutar na pista ou enquanto você estiver fazendo faxina em casa (eu garanto). As músicas são simples, dançantes e muito, muito pegajosas. A receita desse prato é básica: Jules de Martino lança uma batida grudenta que abre a faixa. Daí entra uma guitarra que segue o ritmo, junto de uns efeitos de sintetizadores. A voz da lourinha Katie White, puro estilo garota riot da Daslu, só acompanha, cheia de gritinhos "Wow" e "Hey". Mas funciona, e o resultado é uma delícia de synthpop.

Great DJ, que abre o disco, já conquista logo de cara com o refrão: "Imagine all the girls ah-ah-ah-ah. And the boys a-ha-ha-ha. And the strings ih-ih-ih-h" Faz um algum sentido? Nenhum. That's Not My Name, que vem em seguida, é ainda melhor e é o grande single de 2008. Com uma batida que lembra demais Soul Bossa Nova, de Quincy Jones, a canção não deixa ninguém parado. E faz sucesso no YouTube, no MySpace, em mashups, na rádio, na balada, na novela das nove...

Em seguida vem uma seleção musical que mantém o álbum lá no alto. Shut Up and Let Me Go é mais um ouro para as mãos dos DJs. Be the One e Traffic Light são as baladinhas agridoces. We Walk, com uma introdução cafona de piano, parece apontar para outra direção, mas logo estamos de volta à fórmula "batida pegajosa + gritinhos de Katie + refrão repetitivo e grudento". É assim até o final, com We Started Nothing.

Aliás, o nome do disco reflete bem a essência do The Ting Tings. Eles não querem inventar nada, criar arranjos complicados ou escreverem algo "cabeça". Eles sabem que são ótimos em produzir um tipo de música X para dançar e se jogam nessa direção sem medo.

E não há nada de ruim nisso. Muito pelo contrário.

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