Born to be wild
Para quem é leitor das antigas deste blog, sabe o meu passado como motorista. Desde o primeiro exame para tirar a carta, quando fui fazer baliza e subi em cima da calçada, ou quando fui dar a minha primeira volta de carro após ter conseguido a licença provisória, e tive um pneu furado graças a uma garrafa de pinga estilhaçada no meio da rua, fazendo eu ter que trocar o pneu com meu pai em plena chuva.
Mas, garotos, há uns dois meses eu voltei a dirigir. Sossegado, sem pressa, tranqüilo; um Barrichello. Inclusive, quando a Bem Amada veio para Sorocaba, levei-a para todos os cantos. Finalmente eu fui um homem nesse nosso relacionamento, visto que sempre foi ela quem me levou para cima e para baixo - comigo sentado no banco de passageiros, lógico. Dirigi direitinho, sempre com muito cuidado à cada curva ou freada brusca.
E ontem, meninas, passei por um teste dos mais árduos. Voltando com meu pai de São Paulo em direção à megalópole Sorocaba, após passarmos por Alphaville, papai dá um tapinha na minha coxa esquerda e pergunta: "E aí, quer dirigir na estrada?". Pedrifiquei. Confesso que só não fiz xixi na calça poque eu tenho um imenso controle da minha uretra. "Sé-sério?", engasguei. Ele balançou a cabeça positivamente, encostando o carro, soltando o cinto e indo para o banco de passageiros na frente.
Mudei de lugar, respirei fundo, coloquei o cinto, arrumei o banco, estralei o pescoço, olhei os retrovisores, dei partida, seta para a esquerda, pé na embreagem, primeira marcha, puxar o freio de mão, carro andando. "Agora espera os caminhões passarem". Esperei. "Agora acelera rápido, e continua na sua faixa até entrar na pista". Acelerei e esperei. "Segunda!". Engatei. "Terceira!". Engatei. "Quarta. Entra na pista, e engata uma quinta". Foi. "Agora é só ficar na sua faixa, não precisa ter medo".
Olhei para o conta-giros: 100 km/h. Fiquei embasbacado, pois acho que nunca tinha passado de 60km/h. Meu pai, cabra macho que é, manda eu dar seta e entrar na pista da esquerda. Uau, dirigindo na pista esquerda em pela Rodovia Castello Branco. Minha vontade era ligar para a Irena, mas fiquei com medo de capotar o carro na primeira curva. "Diminuí, pé de chumbo!", ouço. Fito o painel atrás do volante, tomo um susto e exclamo. "Santa Rita do Passa Quatro! 150km/h!".
Daí eu percebi que não é tão engraçado assim ficar na pista da esquerda, ultrapassando todos os caminhões e carros das outras pistas, porque, quando você menos percebe, você toma uma bela multa e fica bem difícil segurar o controle do automóvel com tamanha velocidade. E, juro, na estrada não parece que o carro voa tanto. Travado que eu estava, só fixava meu olhar para a direção em que meu nariz apontava, e só fui ter a noção de velocidade quando olhei para a janela do lado esquerdo e via a grama e as placas passando muito rápido por mim. Pior é o vento, que te joga de um lado para o outro da pista. Que medo!
Cheguei em casa, após mais de 40 minutos ao volante - um recorde pessoal. Fiquei com dor de cabeça e muscular, tamanha foi a minha tensão pelo caminho todo. Meu pai deu uma gargalhada, e disse que da próxima vez eu me acostumo.
Peraí! Como assim "próxima vez"?
Mas, garotos, há uns dois meses eu voltei a dirigir. Sossegado, sem pressa, tranqüilo; um Barrichello. Inclusive, quando a Bem Amada veio para Sorocaba, levei-a para todos os cantos. Finalmente eu fui um homem nesse nosso relacionamento, visto que sempre foi ela quem me levou para cima e para baixo - comigo sentado no banco de passageiros, lógico. Dirigi direitinho, sempre com muito cuidado à cada curva ou freada brusca.
E ontem, meninas, passei por um teste dos mais árduos. Voltando com meu pai de São Paulo em direção à megalópole Sorocaba, após passarmos por Alphaville, papai dá um tapinha na minha coxa esquerda e pergunta: "E aí, quer dirigir na estrada?". Pedrifiquei. Confesso que só não fiz xixi na calça poque eu tenho um imenso controle da minha uretra. "Sé-sério?", engasguei. Ele balançou a cabeça positivamente, encostando o carro, soltando o cinto e indo para o banco de passageiros na frente.
Mudei de lugar, respirei fundo, coloquei o cinto, arrumei o banco, estralei o pescoço, olhei os retrovisores, dei partida, seta para a esquerda, pé na embreagem, primeira marcha, puxar o freio de mão, carro andando. "Agora espera os caminhões passarem". Esperei. "Agora acelera rápido, e continua na sua faixa até entrar na pista". Acelerei e esperei. "Segunda!". Engatei. "Terceira!". Engatei. "Quarta. Entra na pista, e engata uma quinta". Foi. "Agora é só ficar na sua faixa, não precisa ter medo".
Olhei para o conta-giros: 100 km/h. Fiquei embasbacado, pois acho que nunca tinha passado de 60km/h. Meu pai, cabra macho que é, manda eu dar seta e entrar na pista da esquerda. Uau, dirigindo na pista esquerda em pela Rodovia Castello Branco. Minha vontade era ligar para a Irena, mas fiquei com medo de capotar o carro na primeira curva. "Diminuí, pé de chumbo!", ouço. Fito o painel atrás do volante, tomo um susto e exclamo. "Santa Rita do Passa Quatro! 150km/h!".
Daí eu percebi que não é tão engraçado assim ficar na pista da esquerda, ultrapassando todos os caminhões e carros das outras pistas, porque, quando você menos percebe, você toma uma bela multa e fica bem difícil segurar o controle do automóvel com tamanha velocidade. E, juro, na estrada não parece que o carro voa tanto. Travado que eu estava, só fixava meu olhar para a direção em que meu nariz apontava, e só fui ter a noção de velocidade quando olhei para a janela do lado esquerdo e via a grama e as placas passando muito rápido por mim. Pior é o vento, que te joga de um lado para o outro da pista. Que medo!
Cheguei em casa, após mais de 40 minutos ao volante - um recorde pessoal. Fiquei com dor de cabeça e muscular, tamanha foi a minha tensão pelo caminho todo. Meu pai deu uma gargalhada, e disse que da próxima vez eu me acostumo.
Peraí! Como assim "próxima vez"?
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