17 de jul. de 2004

Bãããã


Odeio gripe. Dor no corpo, garganta, pescoço, orelha, língua... Ah, odeio. Ter de "viajar" em comprimidos, ficar com o termômetro embaixo do braço. 36º90. Uh, quase! Sobe mais um pouco para eu ficar de febre, sobe!
 
 Maldita febre; sua covarde. Resolve atacar quando estou dormindo, nas minhas costas. Tenho medo, não. Já dizia o velho Rei: "Pode vir quente que eu estou fervendo". Isso, continua assim. Gotas de suor em minha testa, sinais de sinusite. Cadê a minha voz? Sumiu, escafedeu-se. Vamos lavar o rosto, Gustavo. Não há forças, as pernas tremem - o corpo treme. Acordo de meia em meia hora. 4h30m, 5:00... Às dez horas consigo sair da cama. Apóio o braço na cadeira e capóin! Maldita cadeira de rodinhas. Gustavo no chão, Gustavo no chão! Para-médicos, man hit!
 
Não veio ninguém com uma cruz vermelha no braço. Frustração. Vejo alguns comprimidos. Oba, comprimidos! Tylenol e Loranil D. 20 minutos depois meu organismo dá sinais de reação. Está em terceira marcha, louco para engatar uma quarta. Vamos, vamos! Reage, homem! Juro, meu primeiro filho se chamará Tylenol. O pequeno Ty.
 
Deito. Mal estar novamente. Saudades do tempo em que alguém vinha me dar um caldinho e passava horas entrelaçando os dedos em minhas madeixas. Hoje, mama me entope de drogas e apela até para o Tomahank dos comprimidos.
-         Gu, se você não melhorar, vou lhe aplicar um supositório.

 Levanto da cama, faço dez polichinelos e demonstro a minha melhora. Febre, que febre? Voz rouca? Estou imitando a Elza Soares, mãe. Estou bem, pode ficar tranqüila. Feche a porta e me deixe tirar uma soneca. Ah, pode levar esse supositório. Não preciso, não, minha flor.

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