28 de fev. de 2009

Meu mais novo vício


É impressionante como parece que a cada semana surge uma nova série para se acompanhar. Minha mais nova "descoberta" é Flight of The Conchords, que já deixo logo entre as melhores comédias que vi nos últimos tempos. Está no mesmo nível de The Office e 30 Rock, para vocês terem uma ideia.

A trama é ótima: uma dupla neozelandesa de folk se muda para Nova York à procura da fama. Os dois comediantes e músicos Jermaine Clement e Bret McKenzie são os protagonistas e os autores do programa, que começou como um show de rádio na BBC londrina.

O legal do seriado da HBO é justamente esse ranço inglês, de humor nonsense e ingênuo, à la Ricky Gervais, com ligeiras sacadas geniais. A ideia do pobretão camera phone - um celular com uma máquina fotográfica analógica acoplada em sua parte de trás - é tão brilhante quanto a brincadeira de colocar objetos dentro de uma gelatina (The Office).

Fora que o roteiro é inteligentíssimo (o que são as piadas racistas contra os australianos?) e o elenco inteiro muito bom. Murray é o agente da banda, que faz as reuniões com o grupo em seu real ambiente de trabalho: o consulado da Nova Zelândia. A obsessiva Mel, única fã do Flight of The Conchords, também estrela momentos impagáveis.

Mas é lógico que FoC me conquistou MESMO com os seus videoclipes. Explico: em alguns momentos dos episódios, os diálogos de Brit e Jermaine viram musicais. E TODOS são demais, seja pelas letras divertidas e absurdas ou pela linguagem audiovisual utilizada.

Baguete!


Murray também dá show

Terminei a 1ª temporada há umas duas semanas (são 12 episódios, com cerca de 25 minutos cada) e fiquei pensando depois: "seria muito legal que o programa tivesse umas edições especiais, com uns diretores de videoclipes convidados".

Pô, e não é que o 5º episódio da 2ª temporada tem a assinatura do papa Michel Gondry? Ainda não baixei assisti a ele, mas bastou ver o clipezinho de Carol Brown para eu ficar enlouquecido. Reparem nas guitarras/mixer de vídeo, algo que só pode ter saído da cabeça do diretor francês. Reparem também nos tradicionais efeitos de ilusão de ótica gondryanos: a mesma multiplicação 3D de Let Forever Be (Chemical Brothers), a mesma brincadeira de aumentar e diminuir as pessoas, de Denial Twist, e as "projeções interativas" na parede, tal qual Dead Leaves and the Dirty Ground - ambas do The White Stripes.



Não deixem de assistir Flight of the Counchords. Sério!

23 de fev. de 2009

A Merça do Seu Hélio

O Seu Hélio é um simpático amigo de meu pai. É senhor, tem lá os seus 70 e poucos anos. Engraçado, estiloso, inteligente, cheio de boas histórias para contar. E rico. Bem rico.

Seu Hélio coleciona Mercedes. Tem umas quatro ou cinco, acho. Chegam a não caber na garagem de sua casa, então ele as deixa na rua mesmo. Acreditem.

Estive esses dias por Sorocaba e notei uma Mercedes bem antiga em frente à minha residência. Bege, classuda, linda. Não sou muito fã de carro, mas adoro os antigos. O que estava no portão era um de 1974, a Mercedes 300D.

Logo soube que a preciosidade era do Seu Hélio. O louco veio de São Paulo até Sorocaba (90km de distância) nela, e queria ir com meu pai até Tupã (440 km) com a safada. Ele quis fazê-lo mudar de ideia, mas o Seu Hélio é teimoso. Sorte do meu progenitor que ela não é licenciada há anos, e sabe-se lá quando a carteira de habilitação do Seu Hélio venceu também.

O jeito foi os dois irem com o carro de meu pai. E a Mercedes-Benz ficou em Sorocaba. Na rua!

No dia seguinte, mexendo na bomboniere onde ficam as chaves de casa, encontrei uma diferente. É claro que era da Mercedes. O lado brejeiro foi mais forte e comecei a amolar minha mãe e meu irmão.

- Tem que deixar ela mais encostada na guia!
- Ela está atrapalhando a entrada da garagem!
- Tem de colocar na sombra, o carro deve estar um forno!

Todos em casa me faziam uma expressão de reprovação. Óbvio que não funcionou.

Na tarde de sábado, notei que minha mãe tinha saído e meu irmão estava no banho. Foi perceber isso para me ver dentro da Mercedes do Seu Hélio! Fiquei ali, admirando o painel antigo, o estofado, o hodômetro batendo nos 190 mil quilômetros... E pensei comigo mesmo.

- Só uma volta no quarteirão, ninguém vai notar...

Pus a chave no contato, esperei alguns segundos e dei partida. O motor berrou forte, o carro inteiro tremou. Veículo old school, de macho, é isso aí! Dá até vergonha desses automóveis atuais que, de tão silenciosos, deixam no ar a pergunta: "estão parados ou em movimento?"

Comecei a ajeitar o volante para a esquerda, dei seta, e já ia encaminhando a mão direita ao freio de mão...

- Opa! Cadê a porra do freio de mão??

Não tinha. Fiquei me sentindo um idiota. "E agora", pensava, suando como um condenado.

Abri os vidros - elétricos, diga-se - e comecei a fuçar pelo painel. Achei um botão do lado esquerdo do volante, daqueles de puxar.

- Deve ser isso...

Mal tive tempo de terminar a frase para o carro descer a ribanceira da rua onde moro. Só senti a roda da frente subindo a calçada. Meti o pezão no freio e ouvi uma bela cantada de pneus. É claro que o carro morreu.

Dei partida novamente e fui bem devagarinho, tal qual minha primeira vez na auto-escola. O carro tremia muito, fazia barulho. É que eu, de tão nervoso, não tinha tirado o pé da embreagem. Bastou tirá-lo para a 300D pegar velocidade. Entrei na rua à esquerda e contornei a mão esquerda por todo o volante.

Folgado que sou, aproveitei para pôr o meu cotovelo esquerdo para fora da janela. Me senti como um astro de Hollywood.

Não chamei a atenção das garotas, é claro. Já dos garotos... Dois rapazes ficaram me encarando, enquanto lavavam seus míseros Corsinhas. Dois senhores que saíam da padaria e estavam prestes a atravessar a rua, deram um passo para trás e admiraram a imponente dianteira da caranga. Eu olhava pelo espelhinho cromado a reação de cada pessoa que me encarava.

E abria um belo sorriso.

Aproveitei para testar a velocidade da Merça. Anda muito! Subi a minha rua, que é ladeira, na terceira marcha, à 80 km/h. A bicha anda tanto que nem precisei engatar a quinta marcha.

Ao voltar para casa, comecei a endireitá-la, com todo o carinho. Encostei pertinho da guia, subi os vidros, pus o banco de volta à posição original. Desliguei o carro e lembrei.

- Errr... Não tem freio de mão!

Aquele botão de puxar não funcionava, já adianto, pois assim que tirei o pé do acelerador, o carro desceu horrores e quase beijou a traseira do Fiesta do meu vizinho. Devido à barbeiragem, teria de dar uma ré. Mãããsss....

- E agora, onde é a ré dessa porra?!

Suando de nervoso, liguei para a única pessoa que me veio em mente: o Filippe, que entende tudo de carros.

- Fala meu!
- E aí?
- Tá ocupado?
- Indo pra academia. Diga!
- Então, você sabe onde fica o freio de mão em carro antigo?
- Acho que sim, por quê?
- Sabe a Mercedes que tá na frente de casa? Saí com ela e não sei como pará-la
- Hehehehe
- Não é engraçado!!
- Tá, tá... Não tem nenhum botão aí no painel, com um "T" escrito?
- Peraí... Nops.
- Não tem um pedal extra?
- Pedal extra? Não, eu teria sentido... Ah, tem um aqui, quase na minha coxa!
- Então...
- Apertei! Vou soltar o pé do freio e xá eu vê... Parou!
- Boa
- Valeu!

Fiquei todo contente. Mas lembrei da ré. Liguei de novo!

- Opa!
- Que foi?
- E a ré? Sabe onde é?
- Ahahaha. Não tem nenhuma alavanca aí nem nada?
- Puts, não!
- Tô passando aí...

Saí para fora do carro e liguei para meu pai. Contei da aventura e ele ria... Mais alto ainda, ao fundo, era a risada do Seu Hélio! Que deu um berro:

- Só puxar o câmbio e engatar como se fosse a primeira!

Ele não ficou bravo nem nada, pelo contrário. Disse até que poderia usar a Mercedes quando quisesse - dei uma volta com o Filippe mais tarde.

Agora espero ansiosamente pelo dia em que encontrar em frente ao portão de minha casa uma de suas Merças mais modernas. Aquelas zoiudas, imponentes, automáticas, que fazem sucesso nas vitrines da Avenida Europa.

Podem aguardar por esse próximo post - se eu sobreviver à experiência, lógico!

19 de fev. de 2009

16 de fev. de 2009

10 Discos de 2008 - 3) Lykke Li - Youth Novels


Eu falo... Quanto mais demoro para fechar esse Top 10 dos melhores álbuns de 2008, mais fico confuso e altero a minha lista. Felizmente, os dois primeiros colocados estão decididos há muito tempo. O mesmo não posso dizer sobre a terceira posição.

Inicialmente, ela seria do trabalho de estreia do Little Joy. Lembro de comentar isso com o Matias e ouvir um "CORAJOSO, HEIN?". Corajoso, nada. O CD é muito bom; até o papa das listas musicais, o escritor Nick Hornby, colocou-o na primeira colocação de seu ranking. Mas... não teve jeito. Um furacão loiro de 22 anos, vindo lá da Suécia, desbancou o projeto musical de Moretti e Amarante.

Prazer, Lykke Li.

Essa cantora é um monstro. Não imagino melhor palavra para definí-la. De voz rouca e doce (às vezes até um pouco infantil), Lykke conquista na primeira audição. Seu debut, Youth Novels, foi um dos discos que mais escutei no ano passado. E ela acabou sendo a minha "nova artista" predileta de 2008.

Já deixo claro: Youth Novels tem muitos altos e baixos. Isso acontece pela dificuldade em se definir o estilo musical da garota. Às vezes é indie, noutras folk; pode ser pop e, pasmen, eletrônico. Não que isso seja ruim, até pelo contrário. É que no caso de Lykke, isso atrapalha a compreensão do seu som e o deixa sem uma uniformidade.

O negócio pega fogo mesmo naqueles momentos em que ela perde a timidez e se junta a vários amigos para uma grande jam, onde basta ter como acompanhamento musical umas batucadas ali, umas mal-tiradas notas de piano aqui e um som de palmas acolá. Sua voz impera e não precisa de mais nada.

Exemplo:




É ao esquecer um pouco o seu lado triste e melancólico, num som daqueles para se ouvir em um dia chuvoso, e se preocupando mais com sua faceta alegre e dançante, que a menina dispara preciosidades como Dance, Dance, Dance; I'm Good I'm Gone; Let it Fall; Litlle Bit e Breaking Up.

Cinco canções irrepreensíveis, deliciosas, que a deixam anos luz à frente das Duffy e Lily Allens da vida.

OBS: Desta vez não vou colocar uma música delas para vocês ouvirem, mas um vídeo. É só vê-lo para entender o porquê de eu chamá-la de monstro (não é pelo nariz, pois eu a acho linda!)


13 de fev. de 2009

De Letra e Música a Sonho de Verão

Pois estava eu no trabalho, com uma TV ligada por perto, sintonizada na novela Negócios da China. Eis que escuto uma introdução de piano bem melosa. "A melodia não me é estranha", penso. O Google Brain começa a entra em ação, minha cabeça entra em ebulição e aí ouço uma voz ainda melosa cantando sobre a canção.

Lembrei.

- Fizeram uma versão daquela música do filme do Hugh Grant com a Drew Barrymore!, exclamo para a japa que senta ao meu lado.

Pois é, fizeram uma versão da música do filme do Hugh Grant com a Drew Barrymore, o Letra & Música. A faixa em questão chama De Volta Pro Amor, uma versão de Way Back Into Love, a tal musiqueta melosa que - SPOILER ALERT - os dois personagens levam o filme inteiro para escrever. A versão é sofrível, tenta em alguns momentos traduzir a letra original, o que não chega a ser tão ruim, mas são os momentos criativos que rendem pérolas como "Tô sentindo falta/ A vida ficou muito chata e fria".



Mas o que me atraiu em De Volta Pro Amor é que a canção é uma parceria da Oliva Heringer com o Yahoo. MANO, o Yahoo, aquela banda do final dos anos 1980, que hoje deve odiar seu nome graças ao portal de internet, já que é IMPOSSÍVEL pesquisar pela banda no Google. Todas as buscas levam ao homônimo rico!

O Yahoo comete assassinatos em traduções há muito tempo. Love Bytes, do Def Leppard, virou Mordida de Amor, e Angel, do Aerosmith, tornou-se a sofrível Anjo, tema da novela global O Sexo dos Anjos. Fora outros casos em que eu poderia passar horas falando mal dos caras.

Só que não posso fazer isso...

O Yahoo fez parte de um dos grandes filmes de minha infância: Sonho de Verão, um longa-metragem de 1990 em que as paquitas e os paquitos se pegam numa baita mansão. Putaria pura!


... E foi assim que me tornei um tarado!

O Yahoo tem algumas músicas no filme. A minha predileta é Veneno, que traz uma das melhores letras do pop tupiniquim: "Deixa de história, esse papo não tem nexo, não foi só pelo sexo que eu quis você/ Nunca me programei, eu não sou computador e para te amar fui aprendiz de professor."


Tá perdoado, Yahoo. Tá perdoado.

8 de fev. de 2009

A vida inteira que poderia ter sido e que não foi


Vou lhes soltar um pequeno segredo: o meu sobrenome é grafado da maneira errada. O meu Miller, que no primeiro passar de olhos logo faz as pessoas acreditarem que tenho ascendência americana, deveria ser, na verdade, Müller. Uma influência das raízes germânicas de minha falecida - e tão querida - avó Madalena.

Müller vem da minha família paterna. Todo mundo de lá tem em seu R.G. a escrita correta. Menos meu pai, eu, meu irmão e minha mãe, que adquiriu o erro após o casório. Meu avô diz que a culpa foi do funcionário do cartório, que pôs no registro de nascimento de papai o Müller com "i". Às vezes me pego pensando se vovô não deveria ter soletrado antes...

Fui descobrir que meu nome estava errado apenas na 2ª série. No meu primeiro dia de aula, vi que nas carteiras de alguns os alunos havia uma plaquinha de papelão com o desenho do Baby, da Família Dinossauro. Em cada uma dessas plaquinhas estava o nome completo de cada aluno, uma maneira de identificar os estudantes que tinham vindo de outra escola - meu caso. Foi a primeira vez que vi meu sobrenome escrito como Müller. Achei estranho pra caramba!

Logo depois, em casa, soube da história do cartório. Contei-a para minha professora daquela época, a saudosa Tia Diva, que resolveu escrever durante todo o ano o meu sobrenome da maneira alemã. Ela dizia que essa era a maneira correta e pronto! Mal sabia a velhinha que ela quase fez com que esse blogueiro fosse até um cartório a fim de consertar seu sobrenome. Por anos fiquei adiando esse desejo.

Com o tempo, aceitei o Miller coxo. E, confesso, adoro o seu jeitão único. Nunca estudei com um Miller durante toda a minha vida escolar. Com Müllers? Uns dois, três. Isso foi bem legal, sabia?

Hoje faço piadas com o meu sobrenome. Quando me ligam no jornal e pedem para eu dizer o endereço de meu e-mail, soletro-o sempre com a seguinte abordagem: "M-I-L-L-E-R. Igual à cerveja!"

Raramente deixo de escutar uma risada do outro lado da linha telefônica.

Nas últimas semanas voltei a considerar a hipótese de ter o Miller como Müller. Foi parte de minha revolta contra essa reforma ortográfica, que riscou do mapa o trema. Fiquei pensando que ser um Müller é agora ter um sobrenome vintage. Vi-me falando às crianças daqui 30 anos: "Sabe esses dois pontinhos sobre o "u"? Isso se chama trema, um diacrítico, um sinal gráfico que foi abolido do Brasil em 2009. Não é legal ter um sinal desses no sobrenome?"

Daí as crianças, boquiabertas, balançariam a cabeça em sinal de aprovação, impressionadas com a minha idissioncrasia idiossincrasia linguística.

Mas, tosse, tosse, tosse, vou continuar com o Miller. É muito mais bacanudo dizer que meu sobrenome é escrito da mesma maneira que uma cerveja, do que do mesmo jeito que um ex-jogador da seleção brasileira de futebol.

7 de fev. de 2009

De Serrana para o mundo

PS: A preguiça, somada ao cansaço, fez-me esquecer de publicar uma entrevista que fiz com a dupla Valmir e Josy, no começo de janeiro. Foi a primeira da vida deles e ficou muito engraçada. Daí eu vi ontem, na home da Globo.com, uma entrevista com os dois que deu um puta repercussão.... Toma,Gustavo!


Eles estão na flor da adolescência. Moram numa pequena cidade do interior paulista com menos de 40 mil habitantes e são famosos na redondeza por serem bons de dança. Muito bons, aliás. Em disputas realizadas entre as escolas do município de Serrana, os dois não perdem uma.

O repertório da dupla é básico: coreografias inventadas para músicas de Britney Spears. Mas, sabe como é... Serrana um dia ficou pequena demais para Josiane Sartori, de 16 anos, e Valmir Junior, de 15. Então com uma máquina fotográfica na mão (emprestada, diga-se), nenhum dinheiro no bolso e uma baita criatividade na cabeça, eles criaram vídeos para o que seriam clipes de Miss Spears sem o tradicional orçamento milionário.

O resultado final é um barato e lembra os filmes "sweded" do longa Rebobine, Por Favor, de Michel Gondry. Se no vídeo oficial de Womanizer a cantora atua em uma sauna esfumaçada, Valmir e Josy dão um jeito no chuveiro. Se em Circus Britney canta num circo, com direito a chuva de fogos de artificício, Valmir e Josy novamente improvisam. Pegam emprestado o teatro da cidade e compram papel picado na loja da esquina para criarem o chuvisco fictício.

Tudo pode ser visto no blog www.valmirejosy.blogspot.com. Além dos vídeos, Valmir e Josy mostram fotos das gravações, narram os bastidores e comentam planos para o futuro. Tímidos, eles não são de falar muito. Também, essa foi a primeira entrevista deles. "Esperamos que seja a primeira de muitas. Seria mara!", torce Valmir.

Como vocês se conheceram?

VALMIR - A gente se conheceu na escola, em 2005, quando íamos fazer uma peça de teatro sobre o Harry Potter. Tinha uma turma da escola fã deles... Eu fiz o Harry.
JOSY -E nos tornamos muito amigos. Como ele sempre gostou de Britney, começou a me viciar nas músicas dela. Ele, desde que eu me lembro, fica horas na frente do DVD decorando os passos de dança dela!
V - Sim, sim. Sei várias coreografias dela, de Oops! I Did it Again até Circus. Aí, quando a gente tá junto, ficamos ensaiando para dançar em escolas ou apenas por diversão.

E vocês fazem sucesso na escola?

J - Opaaa! O pessoal da minha escola sempre adorou me ver dançando. E da escola do Valmir também. A gente dançou várias coreografias no palco e no pátio da escola dele.
V - Mas só dançava em casa antes. Até que um dia me desafiaram!

Como assim?


V - É disputa da dança. Eu contra um menino da escola que falava que também dançava. Daí, mais tarde, eu e a Josy demos início a uma mini tour!

Como assim??

J - É maneira de dizer. Explica aí, Valmir!
V - Eu, a Josy e mais um amigo, o Hiago, ensaiamos três danças para músicas da Britney e apresentamos pelas escolas daqui, coisa pequena. Era Gimme More, I'm Slave 4 U e Womanizer. Primeiro, foi I'm Slave 4 You no (colégio) Elefantão. Depois a gente dançou essas outras músicas no (colégio) Maria Celina. Mas só eu e a Josy entrávamos em Womanizer, porque nosso clipe já tava com fama na escola.



Como veio a idéia de gravar os clipes?

V - Foi minha, eu tenho essas experiências faz tempo, já fazia clipes por diversão.
J - Aí um dia ele me ligou me chamando para fazer o Womanizer. E eu ri muito com a idéia de eu ser "a mulherenga". Mas topei numa boa. Nunca imaginei que iríamos chegar até mil visualizações, quanto mais 50 mil!


Falando em Womanizer, de quem foi a idéia genial da cena do chuveiro?


V - Também foi minha!
J - Eu achei ótimo. Estava um calor dos infernos naquele dia! (risos)

Quem bola as coreografias, as cenas e faz os cenários?


V - Os roteiros e a direção são comigo. Já as coreografias somos nós dois. O cenário de Womanizer foi na minha casa.

Circus, por outro lado, foi megaproduzido, gravado até em teatro. Quem os ajuda nas gravações dos clipes?

V - Ah, todo mundo. Faço teatro, então vários amigos nos ajudam. Os vestidos são a Josy que faz, mas quase tudo é nosso mesmo. Levamos várias malas de roupas para gravar Circus, foi uma bagunça só!
J - Tenho até maquiador!


E vocês pagam de seus próprios bolsos para fazerem as gravações?

V - É tudo emprestado ou nosso. A câmera do primeiro vídeo era de um amigo, mas depois comprei uma máquina fotográfica. Em Circus só gastamos dinheiro nas bexigas usadas para fazer o cenário. O resto é tudo na amizade mesmo.
J - Nós fazemos tudo, mas muita gente nos ajuda por achar nosso trabalho divertido.

Já são reconhecidos nas ruas de Serrana?


V - Fui reconhecido numa quermesse! Um cara chegou para mim e disse: "Olha o cara do Womanizer!" (risos)
J - Na escola todo mundo conhece a gente. Recebemos muitas criticas, até negativas, falando que não gostam das nossas danças, que somos ridículos... O Valdir gosta de ler isso, eu não. Mas já recebemos vários elogios de pessoas de vários países e até algumas propostas.

Que propostas?

V - Ah, de gente querendo dirigir nossos próximos clipes, coisas assim.

A mulherada ou a rapaziada de Serrana andam caindo em cima de vocês depois de tanto sucesso?

J - No meu caso, mulherada não, ainda bem!
V - Comigo caem os dois! (risos)


4 de fev. de 2009

No Estadinhon


Respeite o seu tio!

Enquanto fazem caras e bocas para as lentes do fotógrafo do Estadinho, Maria Júlia Cabral e Cunha do Espírito Santo, de 7 anos, e Heloísa Goes Espírito Santo Iasi, de 8, aprontam todas. São poses de modelo, caretas, jogadas de cabelo, brincadeiras com os cachorros Arroz e Feijão ... Aí, uma começa a bater na outra com uma almofada. “Ei! Me respeite que sou mais velha”, provoca Heloísa. "Ah, é? Mas eu sou a sua tia”, rebate Maria Júlia, com uma risada que exibe seus dentes metálicos.


Peraí, tia? Pois é! Maria Júlia é tia de Heloísa,apesar de ser uma no mais nova. Mas como? Assim: tia Maria Júlia tem uma irmã de 30 anos, a Bia. As duas são filhas do mesmo pai, mas de mães diferentes. Como Heloísa é filha de Bia, isso a deixa sobrinha de Maria Júlia.

Essa “confusão familiar” também existe entre Bruno Siqueira Ferreira, de 12 anos, e seu sobrinho Lucas Ferreira de Oliveira, de 13. Bruno tem cinco irmãos bem mais velhos. Uma delas é Aline, de 31, a mãe de Lucas. “As pessoas acham esquisito quando descobrem que o Lucas é meu sobrinho. Ele é bem maior do que eu!”, ri Bruno. “A reação é a de ver um fantasma. Tem uma amiga minha que ficou um mês inteiro duvidando que eu era sobrinha da Júlia”, jura Heloísa.

Os quatro se divertem com a situação e não se enxergam como tios ou sobrinhos. Maria Júlia e Heloísa passam o dia grudadas. Tudo nelas é igual: é a mesma flor nos cabelos, os mesmos chinelos e calças jeans... Até as capinhas rosas de seus Nintendo DS são idênticas. “A gente brinca de ser irmãs gêmeas. Gostamos das mesmas coisas: de Barbies, de conversar, ficar com os meus cachorros e de videogame”, conta Maria Júlia. “Por isso que não vejo ela como tia”, explica Heloísa.

Já Lucas e Bruno se consideram melhores amigos. Eles se veem poucas vezes por ano, pois moram em cidades diferentes (um em Curitiba, o outro em Florianópolis). Mas, quando estão juntos, também viram grude. “Jogamos bola e basquete. A gente fica no videogame jogando Mario nos Jogos Olímpicos”, diz Lucas. “Nem falo para meus amigos que ele é meu tio. Ninguém acredita e não me sinto assim”, comenta Lucas. “Só ele me entende”, confidencia Bruno.

A psicóloga Vera Zimmermann, coordenadora do Centro de Referência da Infância e Adolescência (CRIA) da Unifesp, diz que as crianças não têm uma concepção clara do que é ser tio/sobrinho tão cedo. E que, mais tarde, isso não terá diferença, pois o que sobra é o vínculo afetivo. “São os brinquedos em comum, as mesmas ideias, as histórias de convivência. O fato de ser tio ou sobrinho muito cedo não atrapalha em nada”, explica. Os quatro personagens dessa história, como já se viu, concordam. Eles só lembram de tal parentesco na hora de fazer alguma brincadeira. Uma vez, quando Heloísa não queria ir embora da casa de Maria Júlia, essa ficou parada em frente à porta, abriu os braços e pediu para a sobrinha: “Ahhh... Cadê o abraço da titia?”.

No Estadon

(Atento ao público jovem, site do canal contrata autores de vídeos que são sucesso na internet)

- Mad Men retorna no dia 7
(2.ª temporada da premiada série de Matthew Weiner estreia sábado, na HBO)

+ Coluna TV Sem TV: Parece pornô, mas é uma comédia
(Série PG Porn tem todos os elementos de um filme pornográfico, menos o principal: sexo)

3 de fev. de 2009

E por falar em webséries...

... Que tal esse momento vergonha alheia que rolou no meio do ano passado: eu, no programa Metrópolis, da TV Cultura, entrevistando o Felipe Reis, do Conversas de Elevador.