31 de jul. de 2008

Estréia do Randômico

Há muito tempo eu queria ter um Podcast. A idéia dele sempre foi a mesma: apenas tocar músicas randômicas. O que seria isso? Pegar seu iPod, seu iTunes ou Winamp da vida, colocar na opção de "random" e conferir a seleção musical feita pelo seu aparelho/computador.

Esse "shuffle" é para mim a maior mostra de como identificar o gosto musical de uma pessoa. Porque realmente escarafuncha o que você ouve/ouviu. Todo mundo gosta de criar listas musicais, montar mixtapes. Mas aí fica uma coisa muito fácil de manipular, não dá realmente para saber se o gosto musical de tal pessoa é aquele ou não.

Com o Randômico a regra é essa: serão 6 músicas. A primeira você escolhe. Pode ser uma canção que você curte, que você ache bacana de colocar; não importa o motivo. Já as outras, meu nego, é uma máquina que escolhe. Você apenas poderá ordená-las para tentar criar uma seleção musical audível.

Eu e Filipe Serrano vamos comandar esse projeto. Escutem-o no endereço http://randomicopodcast.wordpress.com.

Curtiram a idéia? Participem também!

30 de jul. de 2008

No Estadinhon

Faça você mesmo
Aos 12 anos, Luma Corrêa Alves quer ser artista plástica quando crescer. Não é algo comum entre seus colegas de 6ª série, que sonham em ser médicos, advogados,dentistas, veterinários ou bombeiros. Ela adora pintar e desenhar. Na escola, é sempre quem faz os trabalhos de educação artística, como a maquete de uma casa mal-assombrada. Habilidade para essas tarefas manuais Luma já tinha. Mas foi com um programa de TV que descobriu que realmente levava jeito para a coisa: o Art Attack, do Disney Channel.

"Agora mesmo estou fazendo um enfeite que ensinaram no programa. É uma caixinha em forma de árvore para guardar pequenas coisas", comenta.

O Art Attack é um programa bastante popular, que mostra que a arte está em todas as partes e que todos nós conseguimos criar algo artístico com qualquer material ao nosso redor. Um rolinho de papel higiênico pode virar um carrinho, uma garrafa pet uma nave espacial, etc. Além de despertar a curiosidade e estimular a criatividade, o programa dá lições de conscientização ambiental, como a importância da reciclagem.

Heitor Faria dos Santos, de 7 anos, vive fuçando o lixo de sua casa atrás de materiais que sirvam para tarefas aprendidas no Art Attack. "Fiz um jacaré de papelão bem legal que virou peso de porta", diz. Ele conta com a ajuda da mãe, Eliane, e gosta mesmo é de pintar.

Heitor não copia apenas aquilo que aprende pela TV. Gosta de saber só a técnica, como que faz. Já o trabalho final ele deixa do seu próprio jeito. Enrico Carrara de Camargo, de 6 anos, também. Fã de colagem (e do Art Attack), ele mesmo faz suas criações, como uma casa criada a partir de uma caixa de leite. Como é muito novo para ter um celular, criou um de papel, do mesmo jeito que "seu notebook". Até suas próprias fantasias ele faz! "Quero trabalhar com pintura para aprender a fazer mais coisas", empolga-se.

SASSÁ
Art Attack é o programa mais famoso do seu gênero, mas há outras opções na TV e até na internet. Na TV Rá Tim Bum, o 1,2,3, Agora É Sua Vez ensina brincadeiras a partir de cola, tesoura e canetinha, e como fazer dobraduras. No dia 4 de agosto, o Discovery Kids estréia Mister Maker (leia abaixo). No computador, o Professor Sassá põe toda quarta-feira um novo programa no seu site. "É preciso desenvolver na criança o pensar, não o repetir", ensina Sassá.

CONHEÇA O MISTER MAKER

Ele se diz uma pessoa muuuito alta, de cabelo espetado beeem engraçado e que usa roupas estranhas: seu colete de bolinhas e seus sapatos coloridos são itens que não saem de jeito nenhum de seu armário. A partir de 4 de agosto, no canal Discovery Kids, Mister Maker chegará ao Brasil com o seu programa, que ensina como criar arte a partir de materiais que existem em nossa casa. Principalmente aqueles que seriam jogados no lixo, como papelão e restos de macarrão.

Da Inglaterra, ele conversou por telefone com o Estadinho:

Como é o Mister Maker?
É um programa para as crianças que já se interessam por arte e querem saber mais. Mas que também quer falar com quem nunca se interessou por isso. A coisa mais bacana da arte é não ter respostas positivas ou negativas: todo mundo pode se divertir com ela e criar algo interessante.

O programa tem bastante efeito visual e você costuma brincar bastante. Para você, arte é uma grande diversão?
A nossa proposta é se divertir e se expressar criando arte. Esperamos que com o Mister Maker as crianças percebam que podem ir além do que acreditam. O programa é engraçado, usamos muita animação, pois se divertir e rir durante o processo artístico é algo muito importante. Também esperamos que as crianças repitam em suas casas aquilo que vêem em suas televisões e que isso encoraje a criatividade delas para que elas trabalhem com suas própriasidéias.

O que você pode destacar do programa?
Uma das coisas mais legais é quando produzimos arte com objetos diferentes, pois é bem comum nós usarmos canetas, lápis, papéis e tinta,o que é fantástico. Mas, quando criamos algo, por exemplo, com feijões e pasta de dente, fica bem mais interessante. Certa vez criamos uma fatia de torrada apenas com uma esponja de pia que seria jogada fora. Isso é algo legal: nós gostamos muito de reutilizar materiais que iriam para o lixo, pois têm um potencial artístico enorme! Isso será uma lição para as crianças brasileiras: como reciclar em casa e reaproveitar esse material. Começa assim, e depois você mesmo enxerga novos usos artísticos para ele.

29 de jul. de 2008

No Estadon

No domingo passado, não o último, fiz para a coluna um especial sobre redublagens: Batman - Feira da Fruta, Cadê Meu Headphone, etc. O destaque ficou por conta de O Retorno de Miguel, a continuação da redublagem O Destino de Miguel - aquela feita por Lázaro Ramos, Wagner Moura e outros atores globais.

Coloquei algumas piadas de maconheiro nos textos, o que resultou no dia seguinte na ligação de uma senhora, que pediu para eu parar de falar de internet e escrever mais sobre coisas bonitas.

+ Coluna TV sem TV - Especial Redublagens

28 de jul. de 2008

Prexeca bangers

Para fechar com chave de ouro a trilogia de posts pedreirões, deixo abaixo a música Filosofia de um Playsson, de MC Fox. O Filippe me mostrou ela há um tempão e eu vivia esquecendo de indicá-la por aqui.

Aviso: tirem as crianças da sala.

25 de jul. de 2008

Paixonites infantis

Qualquer pessoa que se preste já teve um imenso CRUSH por alguma celebridade quando era criança ou adolescente. Lembro da irmã de um amigo meu que lá na metade da década de 90 era absolutamente louca pelo Jon Bon Jovi. Sem sacanagem: pelo quarto dela havia pôsteres que iam do rodapé até a junção da parede com o teto.

Um amigo meu ficou louco, aos 7 anos, quando assistiu Meu Primeiro Amor. A garotinha do filme, uma loirinha de olhos azuis, virou a mulher da sua vida. Juro: se você chegar para ele hoje e pedir para que crie uma lista das 10 mulheres mais bonitas do mundo, ele colocará a menina de Meu Primeiro Amor nas primeiras posições.

Já uma amiga minha (sim, sou sacana de linkar) é a pessoa mais maluca pelo Hanson que eu conheço. Quando ela fez intercambio, nos EUA, usou o dinheiro que não tinha para percorrer vários estados só para assistir a um show deles em Nova York. Detalhe: era menor de idade. De tão fã por Taylor & Cia, ela assinava o sobrenome como Hans. E ficou assim. Pouca gente sabe.

Criei esse post porque recentemente pude ver na mídia duas paixonites minhas de infância. A primeira é Jodie Sweetin, a Stephanie do seriado Full House, ou Três É Demais. Não sei por que raios curtia aquela menina: ela era meio moleca, tinha os dentes tortos (o que me incomoda MUITO, diga-se) e pernas de saracura.


Há pouco tempo vi numa banca uma revista People com a Jodie na capa. Ela tinha acabado de ter o seu primeiro filho, aos 27 anos. A chamada da reportagem dizia que isso era uma vitória: como um bom ex-ator mirim, ela viveu uma fase de drogadita e curtia umas meta-anfetaminas.


Ela ficou bem gostosa hoje, como vocês podem ver:


O meu outro amor platônico, já no começo de minha adolescência, era a atriz Madeline Zima, a Gracie, de The Nanny. Temos a mesma idade, então eu fui acompanhando o seu crescimento com certa atenção. Não via nada nela até o final da série, no final de década de 90. A mina deu uma espichada e foi ficando com uns pernãos...


Assistindo a Californication anteontem (pois é, estou atrasado) tomei um susto quando vi que Madeline estava no elenco. O melhor é que ela faz uma adolescente de 16 anos bem safada, que no primeiro episódio paga peitinho, no segundo aparece de biquíni, e no terceiro exibe as tufas novamente.


Ela ficou bem gostosa hoje, como vocês podem ver:

22 de jul. de 2008

Brasileirinhas

Sim, eu tenho noção de que este post trará para cá uma penca de pervertidos que chegará aqui via Google, mas vamos lá. Com vocês, um exemplo de matéria jornalística...

*Top 9 'celebridades' brasileiras que resolveram fazer pornô*

Mas antes, explico: nunca baixei um filme de sacanagem. Existem os YouTubes eróticos da vida que hoje deixam você ver qualquer cena de uma Brasileirinhas da vida em um clique. Tudo bem que isso não vai aliviar em nada a minha fama de tarado, mas, enfim, só para registrar.

9) Gretchen

Gretchen inovou no seu filme: além de ser um videoclipe pornográfico, pois ela também rebola e faz playback, a Rainha do Bumbum mostra ao público zonas erógenas do homem até então desconhecidas: os mamilos e o dedão do pé! Sim, acreditem: ela os chupa. E com gosto. Deve ser por isso que ela já casou 80 vezes.

8) Leila Lopes
Houve muito bafafá em torno da estréia da eterna professora Lu, e fala-se até que o DVD do seu filme é o mais vendido do gênero no Brasil. Se isso realmente aconteceu, foi por um motivo: pré-venda. Ninguém pode recomendar um treco desses após assisti-lo, é muito ruim! Leila realmente acha que está interpretando nas cenas de rala-e-rola e mais geme e faz caras-e-bocas do que realiza aquilo que realmente interessa. Para piorar, ela é assustadora: o rosto é mais bizarro que o do Coringa versão Heath Ledger e seu físico lembra o de um cachorro de rua - dá para ver suas costelas!

7) Rita Cadillac
Rita sempre foi o tipo "mulher-camarão". E nos filmes ela está bronzeada, com marquinha de sol, cabelo platinado e turbinada. Mostra que se preparou para a coisa, e engana bem. Mas quando o bicho pega... Rita definitivamente não nasceu para o babado. Ela faz cara de dor e de nojo o tempo todo. No primeiro filme, deu uma desculpa que não transava há décadas. Ok, essa passou. Mas aí você vê os outros e percebe que uma gelatina ainda se mexe muito mais do que ela.

6) Regininha Poltergeist
Regininha é bonitona e tá com tudo em cima. Além do mais, tem fama de safada e sempre falou poucas e boas. Seria fácil aquela MILF do prédio que deixa todos os adolescentes loucos. Porém, não põe em prática toda essa expectativa em torno dela. É fria, sem sal e durante o filme todo fica com esse olhar de peixe morto igual ao da foto. Não solta um gritinho, um gemido, um "me bate aqui"... Sem falar que ela devia estar preocupada com alguma goteira na parede, pois não tira os olhos do teto!

5) Grazi Fantini
A ex-paquita é bem NASTY e é uma virtuose já no seu primeiro trabalho (o que é burrice, pois ela poderia acrescentar mais elementos ao seu currículo com futuros lançamentos, ganhando assim mais grana a cada novidade apresentada). Só achei bizarro ela estar de blusa o tempo inteiro. Será que não podia exibir a cicatriz do recente boob job? Nojo!

4) Bruna Ferraz
Eu assistia ao programa do João Kléber só para ver o Teste de Fidelidade com a Bruna. Pronto, falei! Potencial para bisca ela sempre teve: fazia shows eróticos numa boate perto da minha casa e fez sucesso na web os vídeos em que ela enfiava colheres, bananas e afins em seu fiofó. Mais uma NASTY. Só precisa fechar a boca logo, pois tá ficando com um corpitcho de Mulher Melancia.

3) Vivi Fernandez
De todas essas "celebridades" é de Vivi o melhor corpo. A ex-Malandrinha se sai muito bem na pegação e até curte bater bolacha de vez em quando. Ela perde pontos por só fazer cenas masculinas com o seu namorado, então não podemos saber de fato qual é o seu poder de fogo. Curiosamente, ele pode pegar outras mulheres, inclusive a Mônica Mattos. O cara é foda!

2) Viviane Bruneri
Ouvi recentemente uma entrevista dela no Pânico e fiquei espantado: a mulher é interesseira assumida e sabe muito bem como ganhar dinheiro (dã, ela foi uma Ronaldinha). Sua carreira pornográfica mostra isso: apesar de ter começado recentemente, já fez três filmes, escreve o roteiro deles (impagáveis, diga-se) e ajuda nas suas vendas para o exterior. Vivi deve ter visto muito pornô antes de estrelar o seu: ela tem todos os trejeitos de uma pornstar e sabe dominar a câmera como ninguém. Promete.

1) Márcia Imperator
A campeã. Márcia entende demais do assunto (tanto que já tem três filhas) e parece uma veterana do gênero já em seu primeiro filme. Apesar do rosto bagaceiro, é cavalona, tem um corpão (sem silicone) e curte ambientes pouco convencionais: em cima dos pneus de uma borracharia, num banco de praça, sobre um caminhão, no meio do mato... Uma maravilha. Na categoria rala-e-rola, sai na frente fácil e realiza umas posições em que se faz necessário o uso do tira-teima para realmente saber se aquilo está naquilo. Perdeu alguns bons pontos após eu descobrir que ela namorou o Cacá Rosset.

19 de jul. de 2008

Frase do dia


"morri gente, comofas"


Dercy Gonçalves (1907-2008), minutos após a sua morte, em seu Twitter.
*foto: Tiago Queiroz/AE

18 de jul. de 2008

Furfles Feelings remix

E falando no 15 Minutos, quem assiste ao programa já deve ter ouvido a música Furfles Feelings, uma dance music criada pelo Adnet "para zoar os playboys".

Ela é ótima e virou um viralzinho no YouTube (procure pelo nome da faixa e vejam a cacetada de vídeos em que a molecada tira a canção no violão).



Legal, né? Agora escutem o remix da música, by Nicola Regattieri.



Tocaria fácil na Jovem Pan, hein?

16 de jul. de 2008

No Estadon

'Falta um humor diferente na TV'
(entrevista com a roteirista e escritora Adriana Falcão)

+ Coluna TV Sem TV (os vídeos da semana passada)

Criatividade

Reportagem do Fantástico de 15/10/2006

O programa faz uma pequena matéria sobre um famoso vídeo da internet: o videoclipe de Here It Goes Again, do OK Go. Propondo uma brincadeirinha, o "show da vida" pede para que o NX Zero faça uma versão brasileira do clipe das esteiras.



Reportagem do Fantástico de 13/07/2008

O programa faz uma pequena matéria sobre um famoso vídeo da internet: o videoclipe de Pork & Beans, do Weezer. Propondo uma brincadeirinha, o "show da vida" pede para que o NX Zero faça uma versão brasileira do clipe das celebridades virtuais.


15 de jul. de 2008

Ihiiii

Berenice, segura! Eu sei que eu estou devendo um "Entrevista de Sábado" há séculos, mas calma que o próximo promete...

Huuummm?

Tipografia

Li agora lá no Matias que aqueles lambe-lambes espalhados pela cidade de São Paulo com os dizeres: "5 anos após o silêncio" eram um viralzinho para o novo trabalho d'O Rappa, e não para um possível retorno dos Racionais, como muito jornalista (e um grande amigo meu) andou cravando por aí..

Pô, gente! Racionais? Tudo bem, fazia um certo sentido, mas ô preguiça de checar os dados, né? O último disco d'O Rappa chama O Silêncio que Precede o Esporro. Só isso já era suficiente para tirar Mano Brown da parada. Além do mais, olha só a tipografia da letra usada no lambe-lambe e a que O Rappa utiliza no seu logo e no nome de seus discos (eu matei na rua logo que vi a letra A). Essa daí, como diria um ex-professor meu de geografia história, era melzinho na chupeta, hein!




13 de jul. de 2008

No Estadinhon...

No fundo do mar

O Aquário de São Paulo está de cara nova. Após 20 dias de reforma, ele reabriu cheio de novidades, o que o torna uma opção de passeio bem legal para essa temporada de férias.

O principal destaque é a réplica de um submarino da 2ª Guerra Mundial. De brincadeirinha, lógico, ele está “naufragado” e “debaixo do oceano”. Ao entrar pela escotilha, o público logo se sente no fundo do mar: pelos lados e até pelo teto fica-se cercado de vários peixes e, medo, tubarões!

Agora o aquário conta com ecossistemas temáticos. Na área dedicada aos peixes de água salgada (o tanque com mais de 1 milhão de litros de água do mar é outra novidade) há representações do mangue, de uma praia e dos costões rochosos. No setor de água doce, encontram-se animais do Pantanal e da Amazônia.

Já o Pinguinário reproduz uma caverna de gelo do Pólo Sul. Sua maior atração serão pingüins da Patagônia Argentina. Eles passaram por cuidados médicos e devem aparecer nos próximos dias.

SÓ DA ELA

Das novas atrações do aquário, a que chama mais a atenção do público é a dos seis tubarões-lixa. Deles, a campeã de flashs é uma enorme fêmea de 2,40 metros e que pesa cerca de 110 kg. Ela também se destaca por ser a única que é toda branca.

11 de jul. de 2008

O futebol e suas entranhas

Gosto muito de caçar documentários na web e quase toda semana encontro um que me agrada (principalmente de trabalhos de faculdade). Fut Mídia S/A (2005), de Carlos Ferreira Jr., foi o último.

O trabalho fala sobre o futebol e suas entranhas: da cobertura feita pela televisão nacional sobre o esporte e da espetacularização e do excesso de merchandising presente nas mesas-redondas.

O seu filé é que ele não tem voz em off ou texto corrido: apenas entrevistas. As falas dos entrevistados vão se juntando (e se complementam), o que gera uma discussão bem bacana. Imagino a dificuldade que foi realizar essa edição, pois Carlos conversou com os principais jornalistas esportivos daqui, como Juca Kfouri, Cléber Machado, José Trajano, Neto (sic), PVC, Éder Luiz, Soninha, Milton Neves e um Casagrande pré-rehab . A pluralidade de opiniões é enorme e alfinetadas saem por todos os lados.

São mais de 40 minutos de filme, mas passa rápido. Ah, ele não serve apenas para amantes do futebol ou jornalistas/estudantes de jornalismo, OK? Deixo abaixo o doc tirado lá do Fiz dividido em 3 partes para vocês curtirem nesse findi.:





8 de jul. de 2008

O Olhar



Meu pai é um grande fã de cinema. Desde que eu me conheço por gente, todos os finais de semana, em minha casa, há pelo menos uns dois filmes que foram alugados para assistirmos durante o sábado e o domingo. Meu pai vê todos, sem exceção. A comédia aborrescente que meu irmão pegou, o drama escolhido por minha mãe, o documentário intelectualóide que eu pedi ou o novo filme do Steven Seagal que o atendente da locadora fez questão de deixar reservado para ele.

Há uma frase de meu pai que eu nunca esquecerei. Há muitos anos, quando havíamos acabado de ver O Sexto Sentido, ele virou para mim e disse: "Sabe por que o Bruce Willis é um puta ator? Porque ele sabe trabalhar com os olhos. Repara que tem várias cenas que ele não fala nada, mas consegue demonstrar tudo o que está sentindo só pelo o seu olhar. Você não vê mais atores assim."

Estou contando essa historinha, pois no último sábado assisti Wall-E. Já esperava algo do cacete, pois Pixar é Pixar (apesar de Carros), mas me surpreendi pela beleza e pela melancolia da animação digital. E também porque, pela primeira vez, em um desenho animado um personagem trabalha simplesmente com o seu olhar.

Os 30 minutos iniciais da animação são brilhantes. Não há um diálogo sequer. Vemos apenas o robozinho Wall-E fazendo seu trabalho burocrático de pegar o lixo e organizá-lo. Nisso ele acha um sutiã, um isqueiro, uma caixinha de jóias, uma plantinha. A câmera foca em seus olhos (lentes, digo) e capta sua curiosidade diante de tais objetos. Não precisa de mais nada.

E o que dizer do momento em ele assiste ao musical Hello, Dolly! em seu surrado iPod Video? Novamente o olhar dele facinado para a tela de projeção é algo de tirar o fôlego. Essa é uma cena para caçar no YouTube, baixá-la e guardá-la para sempre no seu HD. Não posso deixar de fora também os momentos de Wall-E com Eva, assim que eles se conhecem. As cenas dos dois robôs juntos, comunicando-se apenas através de gestos e do olhar, são de tocar o coração.









Saí do cinema com a impressão de que a Pixar levou a animação para um outro patamar. Tudo bem que no seu desenrolar o filme tenta passar uma liçãozinha de moral e não surpreenda tanto, mas isso não tira o crédito do longa de Andrew Sotton , que é excelente.

Fazia muito tempo que eu não via um filme com tantas cenas belas e cativantes. Outro dia estava fuçando na internet trechos de filmes com a Cyd Charisse e me deparei com um lindo momento dela e Fred Astaire em A Roda da Fortuna. Os dois caminham pelo Central Park e seus passos começam a virar passos de dança. Tudo acontece de uma forma tão natural e bonita (e sem nenhum diálogo), que eu fiquei pensando se esse tipo de cinema morreu em seu mundo technicolor.

Wall-E me provou que não.

OBS: O primeiro e o único desenho animado a concorrer na categoria de Melhor Filme em um Oscar foi A Bela e a Fera, em 1992. Se eu fosse membro da Academia, faria de tudo para colocar no ano que vem Wall-E. Vale. E até indicaria o robozinho como Melhor Ator, pois sua "atuação" é brilhante.

No Estadon



Museu real é virtual
(Acervo de relíquias na web é mais concreto que o recém-anunciado Museu da TV Brasileira)

- Eis um museu de novidades
- Uma causa portuguesa, 'com certeza'
- O museu da TV sai ou não sai?

+ Coluna TV sem TV (vídeos da semana)

6 de jul. de 2008

Emetebê




Como vocês devem saber, eu me formei em jornalismo no final do passado. Em janeiro tive de levar uma papelada de colação de grau para a faculdade, em fevereiro teve a festa de formatura e em maio colei o tal grau, com direito a juramento e tudo. Isso foi meio que um processo para provar aos meus pais que eu realmente não estava mentindo e, de fato, terminei a faculdade.

Porém, eu tecnicamente não sou considerado um jornalista por não ter o meu registro profissional, vulgo MTB. Médico não tem o CRM? Engenheiro o CREA? Então, jornalista tem o MTB.Na minha carteira de trabalho eu estou registrado como auxiliar de produção. Não sei que raios de profissão é essa. Talvez o assistente de um especialista em fertilidade, não sei. Mas, enfim, é assim que o meu trabalho me registrou para eu não ter mais o sofrível salário de estagiário e passar a receber o também sofrível salário de jornalista.

Ser um auxiliar de profissão não me incomoda (va). Mas, em duas vezes que fui tirar um documento e tive de levar a minha carteira de trabalho, neguinho ficou duvidando da minha real profissão.

- Mas aqui diz que o senhor é auxiliar de produção

- Então, é que eu não tirei o MTB ainda

- Saquei...

- Pois é...

- Porra, mas o que é um auxiliar de produção?

- Deve ser algum assistente de um médico especialista em fertilidade he-he

Ninguém ria dessa piada.

Cansado de passar por esses problemas, resolvi tirar o meu MTB. Fui até a faculdade levar uns documentos e ouvi que deveria ir até a Delegacia do Trabalho, no centro de São Paulo, para "dar entrada no meu MTB". Perguntei para a secretária que me atendeu sobre qual papelada deveria levar. Sem saber me explicar, ela tirou um papel do bolso e rabiscou alguma coisa com a caneta. E falou: "Não sei, liga lá".

Eu liguei. Uma vez. Duas vezes. Um dia. Dois dias. Ninguém atendia. Entrei no Google e achei um formulário de 2005 explicando quais documentos eu deveria levar: cópia do RG, da carteira de trabalho, do CPF e um comprovante de residência. Juntei a papelada e fui até a Delegacia do Trabalho.

Parei o carro na rua, comprei uma folha de Zona Azul e avistei o prédio. Velho, para variar. Um monte de gente tossindo e um monte de funcionário público fingindo trabalhar. Deveria ir até o segundo andar e entrar na sala X. O elevador demorou 10 minutos para chegar e mais 5 minutos só para ir do térreo até o segundo andar. Chegando lá, avistei a sala X e vi um balcão. Atrás dele, uma mulher fazendo palavras cruzadas e outra lendo um bolo de papéis. O telefone tocava. Do outro lado, um monte de cadeiras escolares, aquelas de um braço só. Vazias.

Cheguei ao balcão e dei boa-tarde. A mulher das palavras cruzadas se aproximou e perguntou qual era a minha senha. Eu falei que não tinha uma, e ela rebateu dizendo que só poderia me atender assim. Expliquei que a sala estava vazia e, obviamente, eu seria o próximo a ser atendido. Imbatível como um robô, ela pedia a porcaria da senha.

Saí da sala e achei um rapaz sentado numa cadeira escolar, com uns papéis na mão. Pedi a minha senha e ele me entregou um papel amassado, que claramente já tinha sido utilizado. Ao voltar para a sala X, haviam duas garotas sendo atendidas. Colei no balcão e ouvi novamente sobre qual era a minha senha. Falei o número e escutei que deveria sentar e esperar, pois as duas meninas estavam na minha frente.

Sen-sa-cio-nal.

Após 15 minutos, chegou a minha vez. Apresentei meus documentos. A mulher os olhava rapidamente e os carimbava. Um a um. Daí ela perguntou qual era o número do meu PIS.

- Eu não sei

- Mas você precisa me dar o seu PIS

- No site não dizia nada sobre isso

- Que site?

- Do Sindicato de Jornalistas

- ...

- ...

- Mas eu preciso do número do seu PIS

Por sorte (ou de propósito), havia uma unidade da Caixa Econômica Federal atravessando a rua. Desci correndo as escadas, pois só tinha deixado o talão do Zona Azul para uma hora de uso. Fui até a Caixa, furei fila e um rapaz simpático me atendeu. Falei o que precisava, ele pediu meu RG, digitou alguma coisa no seu computador e, bingo, surgiu na tela de seu monitor o meu PIS. Anotei o número na mão, atravessei a rua no farol verde, subi as escadas do prédio da Delegacia do Trabalho e, precavido, peguei uma senha.

Encostei no balcão e falei:

- Anota aí o meu PIS

- Tá, cadê o comprovante?

- Que comprovante?

- Do seu PIS

- É o meu número, toma!

- Mas eu preciso de algum documento que comproveu o seu PIS!

Antes de eu berrar e dizer que a vaca só tinha me pedido o número, bufei e sai em disparada. Estava chegando ao primeiro lance de escada quando ouvi um som alto de alguém correndo de tamanco atrás de mim.

- Eu não posso aceitar esse seu comprovante de residência

- Por quê?

- Ele não está em seu nome

- E daí? Eu moro aí, esse é o nome do meu tio, quer ligar para ele?

- Seu tio?

- É!

- Infelizmente não dá. Só aceito com o seu nome ou de algum parente de primeiro grau

Bufei novamente e quase atirei a mulher escadaria abaixo. A sorte é que me lembrei de um certo cheque de desconto da Claro que eu tinha na minha bolsa, com o meu endereço de Sorocaba. Ela olhou, fez cara de negativo e eu gritei, com educação.

- Moça, eu não vou voltar aqui de novo. Esse é o meu nome, ó, e isso é um endereço. Não interessa se é de Sorocaba, Bragança Paulista, Limeira...

Não tive tempo de citar outra cidade do interior paulista. Ela se virou e respondeu atravessado. "OK, serve. Mas preciso de uma cópia disso".

Desci as escadas, atravessei a rua e quase fui atropelado por uma carroça. Entrei na Caixa Econômica e, caramba, cadê o atendente tão prestativo que tinha me ajudado antes? Resposta: orientando uma senhora a fazer um depósito no caixa eletrônico. Acenei para ele, que gesticulou para eu ter calma e que aquilo iria demorar. Sem sacanagem: a tia ficou 10 minutos ali, de braços dados com o rapaz, só para pôr R$ 10 num envelope e o enfiar num buraco.

Feito isso, expliquei a minha situação para o atendente e ele comentou ironicamente. "Ê, Delegacia de Trabalho, viu... Peraí que eu resolvo isso rápido e... ai, caramba!". Olhei espantado. "O sistema tá fora do ar".

Juro, atirei pedra na cruz.

Olhei para o relógio e vi que faltavam 15 minutos para expirar a minha Zona Sul. Acabei atravessando a porta giratória do Caixa e fui tomar um copo d´água no fundo da agência. Na fila dos guichês, o pessoal, assim que teve conhecimento da queda do sistema, começou a sentar no chão. Eu também o fiz. Me esparramei, na verdade. Estava morto de cansaço.

5 minutos passados, o atendente começou a pular sobre os corpos estirados e fez um sinal de positivo para mim. Eficiente, ele já até tinha tirado um documento comprovando o meu PIS. Agradeci e sai correndo. 5 minutos para a Zona Azul. Tirei xérox do meu PIS, do cheque da Claro e peguei o elevador que, veja só, estava parado no térreo.

Entreguei para a vaca do balcão os papéis que faltavam, preenchi outro documento com garranchos puros e escutei que meu MTB só ficaria pronto em um mês. E deveria retornar lá para pegá-lo.

Bradei, resmunguei. E menti. Falei que precisava do documento com urgência, que seria demitido se não o tivesse em uma semana nas minhas mãos. A ruminante fez cara de foda-se e anotou um "Urgente" no envelope com a minha papelada.

Não tomei multa por ter ficado com o carro 20 minutos extras na Zona Sul e, exatos seis dias depois, recebi uma ligação de que meu MTB estava pronto. Voltei no dia seguinte, sem pressa dessa vez, e recebi a minha carteira de trabalho com um novo papel colado em uma das milhares de folhinhas dele. Dizia que eu era jornalista formado e, bem escondidinho, o número do meu MTB.

Provisório.

Descobri que esse documento tem um ano de validade e que, assim que meu diploma sair (na metade do segundo semestre), devo levá-lo para a Delegacia de Trabalho e pegar o meu registro definitivo, que ironicamente será o mesmo número do provisório. Dá para entender?

Eu estava saindo da sala X, fitando aquela carteira azul em minhas mãos, quando ouvi um som de alguém de tamancos correndo atrás de mim. Virei para trás, a mulher me deu um papelzinho e disse, com um sorriso que deixava seu lábio esquerdo meio torto: "Você também precisa trazer cópia de tudo isso aqui para mim da próxima vez".

Em letras miúdas, o bilhetinho dizia: cópia de CPF, cópia do RG, cópia de comprovante de residência, cópia da carteira de trabalho e cópia do comprovante do PIS.

3 de jul. de 2008

No Estadinhon...

Vocês queriam saber como sou eu escrevendo para crianças? Vejam abaixo o meu texto que saiu no último sábado - tive de colocá-lo na íntegra, já que o Estadinho não sai no site Estadão.

Pois é... Talvez porque seja INHO, e não pense ÃO.

Esse papai não é urso


Lembram da história do Mogli, o menino que foi criado entre os lobos quando era bebê? Então, nessa semana aconteceu uma história curiosa lá na Índia. Não, nenhum garoto foi encontrado vivendo entre uma alcatéia (coletivo de lobos). O que se achou foi um urso como animal de estimação de uma pobre família indiana.

A história é a seguinte: no ano passado, o trabalhador indígena Ram Singh Munda, de 35 anos, encontrou na floresta uma ursa órfã. Curiosamente, Munda também havia acabado de perder a sua esposa ,então ele levou o mamífero até a sua casa para que ele consolasse a sua filha pequena: Dulki, de apenas 6 anos.

O bichinho ganhou o nome de Rani ("rainha") e acabou virando o animal de estimação dos dois.
A história, que parece ter saído de um filme da Disney, chamou a atenção do mundo todo. Principalmente a foto em que o papai Munda é visto andando de bicicleta com Rani. Muito fofo!

Mas, como em todo conto de fadas, há sempre um vilão. Nesse caso, foi o governo indiano, já que por lá é proibido ter animais silvestres em casa. Munda acabou sendo preso, a pequena Dulki está em um orfanato e Rani foi levada para o zoológico. Se já não bastasse tudo isso, a ursa não quer comer desde então e o pai de Dulki, se for condenado, pode ficar na prisão por três anos!

As pessoas que defendem os animais,os ativistas, ficaram impressionados com a história e querem que Munda seja solto.

Segundo os ativistas, o pai de Dulki não cometeu nenhum crime, pois nunca maltratou a ursa. Ele também é analfabeto, não sabe ler, e não tinha conhecimento dessa lei que existe na Índia. A torcida é que o governo indiano entenda essa situação e deixe ele viver de novo com a sua filha. Quem sabe até com a ursa também. Se essa história da vida real fosse igual à de um conto de fadas de um livro, isso certamente iria acontecer.

MÃE, EU QUERO UM URSO!

Por mais que seja bonito a idéia de se ter um filhote de urso em casa, isso não é legal. Não é só na Índia que não se pode ter animais silvestres como bichos de estimação. Aqui no Brasil também (Lei de Crimes Ambientais nº9.605/98). Um macaco deve viver em seu habitat natural: a selva. Esses animais são transmissores de várias doenças e outras viroses desconhecidas. Há ainda o risco de ataques. Um jacaré furioso é mais perigoso que um gato arredio.

Essa mudança de habitat também pode fazer o animal pegar doenças normais para o ser humano (como a gripe), mas fatais para ele, que sofrerá com o espaço reduzido de uma casa, podendo sentir solidão e até ter algumas dificuldades de reprodução mais tarde.

1 de jul. de 2008

Milagreiros

Segundo os amantes do futebol, a maior defesa (de um goleiro) da história foi a protagonizada pelo arqueiro inglês Gordon Banks, na Copa de 1970. O lance todo mundo já viu: Jairzinho escapa pela direita e cruza, na medida, para Pelé. O camisa 10 dá uma baita impulsão e, como um Bem-te-vi, paira no ar e cabeceia do jeito que todo treinador de futebol ensina: para o chão.

O lance é plasticamente muito bonito, ainda mais pelo vôo de Banks, que dá um tapa e joga a bola para escanteio. Mas convenhamos que ele tem toda a mística de ter sido protagonizado pelo Pelé, na Copa de 70, pela seleção do tricampeonato... Foi um time que encantou todo o mundo. Tanto, que as cenas mais famosas dessa copa (e da própria seleção) são justamente os "gols que o Pelé não fez": o já citado cabeceio, o drible da vaca no goleiro uruguaio e o chute do meio de campo que foi para fora (não achei o vídeo desse momento isolado).

Mas, na minha opinião, a defesa mais impressionante de todos os tempos foi a feita pelo uruguaio Rodolfo Rodríguez, quando então defendia o Santos. No Campeonato Paulista de 1984, ele fez um lance de 5 defesas seguidas brilhantes, contra o São José do Rio Preto. Lembro que essa cena aparecia direto naquele programa da TV Bandeirantes que mostrava momentos históricos do futebol, o Show do Esporte.

Vejam o maior exemplo do que é agilidade e reflexo em ação:



Fiz esse post graças a um vídeo que me mandaram, agora pouco que mostra um goleiro fazendo uma seqüência de quatro baita defesas em uma cobrança de pênalti (uma delas parece que foi o zagueiro que cortou, diga-se). Lembra muito o lance do Rodríguez. Não sei de que jogo se trata, apesar de parecer ser de algum campeonato brasileiro, graças aos comentários dos torcedores na arquibancada. Um dos uniformes parece ser o do Atlético Paranaense, então chuto que pode ser de um jogo de juniores.

Assistam e comparem:



OBS: Durante a pesquisa, achei esse milagre do francês Gregory Coupet em uma partida Lyon x Barcelona. Estou pensando seriamente em mudar a minha opinião!