6 de jun. de 2004

Quem se atreve a me dizer...


Centenas de jovens espremidos em alguns metros quadrados. A maioria segue um estilo alternativo. Batem palmas e pedem para as cortinas descerem. Após 40 minutos de atraso, cai o pano escuro.

O cenário ao fundo é uma aquarela (Rio de Janeiro, talvez) pintada por Domênico Lancelotti. O palco está escuro, luzes acendem. Quatro barbudinhos, trajando roupas parecidas com a de seus fãs, adentram. Berros e palmas acompanham seus passos. O barbudinho principal diz um "boa-noite" e olha para o baterista dar o compasso da música. Este pega as baquetas, olha para o baixista, maneia a cabeça e bate os pauzinhos: "um, dois, três". Introdução da música, os jovens pulam. O vocalista barbudinho se afasta do microfone e deixa o público entoar.

Olha lá quem vem do lado oposto
e vem sem gosto de viver
Olha lá os que os bravos são escravos
sãos e salvos de sofrer


Finalmente consegui assistir aos Los Hermanos. Teve que ser em São Paulo, lógico, já quem em Sorocaba eles passam longe. Em todas as músicas, nota-se uma paixão fervorosa dos fãs. Cantam junto, choram juntos. Sabem a seqüência das músicas e são os verdadeiros vocalistas da banda. Chega a ser assustador. Se os jovens de cachecol fossem senhoras de laquê, Marcelo Camelo provavelmente seria o rei Roberto Carlos.

Ótimo show - às vezes, meio morno. Vai gostar quem já conhece as músicas e os dois últimos cds (eles ignoram o primeiro). Só por tocarem "Sentimental" e "De Onde Vem a Calma", já é possível notar o porquê de tanto chororo a cada música.

* O som do Credicard Hall é horrível! Muito baixo e abafado. Marcelo Camelo chegou a dar uma bronca no sujeito responsável pelo audio, pedindo para aumentar o volume, mas pouca coisa mudou. João Gilberto já xingava na abertura da casa a qualidade da acústica, e parece que ninguém ligou muito. Vou te contar...

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