Índio, alemão... Conheça os meus apelidos
Eu tenho esta peculiaridade: facilidade para ganhar alcunhas. Tudo começou, quando este pobre blogueiro nasceu. Ao invés de vir um bebê carequinha, saiu um moleque cabeludo, meio Samuel Rosa. Papai exclamou:
- Meu filho é um índio!
Conforme fui crescendo, os apelidos acompanhavam o desenvolvimento. Com três anos, era loiro e de cabelos cacheados. "Alemão!", vovô brincava. Chamou-me deste modo até o dia em que morreu. Já tinha os cabelos ondulados e castanhos, mas vovô continuava com o tal de "alemão". Adorava quando escutava um "Vem cá, ô alemão!".
Fui muito brejeiro aos sete anos. Enérgico, não ficava um minuto quieto. Meu novo apelido? Formiguinha atômica. Pequeno, magrinho, correndo o tempo inteiro. Quando estava na piscina da casa de vovó e dava as minhas famosas "bombas" ao mergulhar, gritava inflando o peito: "Lá vai a formiguinha atômica!".
Aos dez anos, engordei um bocadinho (tá bom, fiquei uma bola!). Meu irmão me batizou de "bolinha de queijo". Na escola? Berinjela. BE-RIN-JE-LA! Criança é malvada, mas neste caso, elas se superaram. Diziam que a minha cabeça era o formato de uma berinjela (quem manda ser bochechudo!). Odiava e, por isso, durante quatro anos tive esse carinhoso apelido. Meu maior trauma: ser conhecido pelo nome de um legume.
Até nos esportes fui lembrado. No futebol, era o pior do time, mas adorava fazer as minhas firulas. Ganhei um famigerado "Pelé". Quem ouvia de fora do campo um cara do meu time falar "passa a bola, Pelé!", logo pensava que eu fosse um tremendo craque. Bastava ele ver o passe que eu dava, pra idéia ir por água abaixo. Na natação, usava uma toca branca. Junho, inverno, e meu bronzeado lá na cucuia. Bastou meu irmão me ver nadar, que logo se deu a gargalhar. Viu um palmito de toca branca na piscina e comentou ao professor: "O Gu não parece um espermatozóide nadando?". Será que acabou pegando?
No primeiro colegial, ganhei o apelido-mor, duradouro. Qual? Longet. O que significa? Eis a explicação: alguém disse que eu parecia um espaguete (magrelo e desajeitado) e algum surdo no fim da sala pensou ter ouvido "longet". Ficou tão famoso - e diferente - que muitos, em Sorocaba, só me conhecem por Longet. Existem até as suas derivações: Longão, Long...
O pior mesmo é quando vou à praia. "Bambi, quanto tempo!", ouço ao chegar no hotel. Bambi? Pois é. Quem manda jogar ping-pong após o chão do salão de jogos ter sido encerado. Escorreguei e quase fiz um esparcato. Dizem que eu parecia o Bambi quando estava aprendendo a andar. É mole?
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