14 de abr. de 2004

Carmageddon

Rá! Passei na porcaria do exame de carta. Dessa vez não subi na calçada durante a baliza, rá! Perfeito, esplêndido, deveria ter sido filmado, de tão bela que foi a minha atuação. Nervoso ao cubo, nunca meu pé tremeu tanto para segurar à embreagem. Fiquei o tempo todo fazendo “respiração cachorrinho” quando estava ao volante. Eu parecia estar em trabalho de parto. “Respira, inspira, respira, inspira”. Contrações não houve - ainda bem.

Na rampa (aclive acentuado) o carro deu uma leve descida - esqueci de engatar a primeira na rampa de freio de mão. Mas para felicidade geral da nação, ouvi logo depois que havia passado. Foi uma sensação de alívio parecida com a que tive quando soube que passei no vestibular. Soltei um: “Porra! Nunca mais vou te ver, seu cachaceiro!”, para o meu instrutor preconceituoso, mercenário e pinguço.

Aliás, depois de ser traficante e pastor, descubro outra profissão muito rentável: abrir uma auto-escola. Cara, é dinheiro fácil. Sempre está lotado, sai uma nota tirar carta e você repete o seu “aluno” quantas vezes achar legal. Seja sócio de um médico vagabundo e descontente com a profissão, que já é meio caminho andado. Meu “exame” médico durou um minuto (ou menos). “Tampa o olho direito; que cor você vê? Agora tampa o olho esquerdo e me responda do mesmo jeito”. As cores eram amarela, vermelha e azul – nos dois casos! E sabe quanto saiu essa brincadeira? Quase cem reais! Gastei cem reais em um minuto! Meu irmão, um Mr. Magoo, passou no exame com lentes de contato. Na carteira de habilitação dele está escrito que sua visão é “perfeitamente normal”. Absurdo.

Ao menos já exclui mais uma dessas “obrigações” que existem após se completar 18 anos. Agora só me resta o alistamento no exército. Só falta eu ser chamado, sortudo que sou...

Ah, pátria amada!

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