20 de set. de 2010
'Criamos uma nova maneira de fazer videoclipes', diz baixista do OK Go
A carreira de uma banda pode mudar de rumo graças a uma música, a uma gravadora ou mesmo devido a um empresário. No caso do OK Go, a fama veio a partir de oito esteiras de corrida. O grupo de Chicago, formado originalmente em 1998, virou febre mundial com um clipe musical que se tornou um dos vídeos mais famosos da história do YouTube.
Desde 31 de julho de 2006, mais de 52 milhões de pessoas já assistiram ao videoclipe em que os quatro músicos da banda protagonizam uma divertida coreografia de dança em cima de esteiras em movimento. “Esse vídeo nasceu de um erro”, ri Tim Nordwind, baixista do OK Go, em entrevista por telefone ao G1.
O OK Go se apresenta às 22h na premiação Video Music Brasil, da MTV, nesta quinta-feira (16) e realiza show na sexta-feira (17), em São Paulo, e, no sábado (18), em Porto Alegre.
“A indústria fonográfica tradicional estava ruindo e, aos nossos olhos, havia diversos tipos de espaços e plataformas para trabalharmos além da MTV e do rádio”, cita. “A indústria via os clipes como uma simples propaganda de um disco, então se punha muito dinheiro nisso, o que hoje não acontece tanto. Nossos vídeos são projetos artísticos de ideias nossas e boas ideias podem ser baratas. Críamos um novo gênero, uma nova maneira de fazer videoclipes”, acredita.
YouTube virou patrão
Com o sucesso virtual, o OK Go se tornou uma das primeiras bandas a entrar no sistema de parcerias do YouTube, ou seja, o portal de vídeos do Google os paga de acordo com o número de acessos que cada vídeo da banda apresentar – o filme só precisa ter um pequeno anúncio em forma de pop-up. “É dinheiro, ótimo, mas é só mais uma maneira alternativa de ganhar um troco. Não é nada que nos faça ficar aposentados”, brinca Nordwind.
Desde “Here it goes again” o OK Go lançou uma série de clipes inovadores, divertidos e com extremo potencial de se espalhar pela na web. O segredo da banda é ficar de olho naquilo de amador que faz sucesso no YouTube – em especial material que utiliza técnicas simples de filmagem, como o stop motion e o plano sequência, que não exige cortes de edição.
“Cada vídeo é diferente do outro. A segunda versão de 'This too shall pass' demorou sete meses para ficar pronta, sendo dois deles apenas de brainstorming sobre o que queríamos fazer. Ela foi patrocinado por uma empresa de seguro e, pela quantidade de voluntários que trabalharam nela, deveria custar US$ 7 milhões. No fim custou US$ 100 mil, 200 mil dólares. Foi extremamente barato”, diz.
Críticos da banda costumam argumentar que o OK Go utiliza os videoclipes para disfarçar o som da banda – que seria ruim, no caso. Nordwind diz não se importar com isso e também nega que os clipes ponham no grupo a fama de “engraçadinhos”.
“As pessoas esperam algo inesperado de nós, há sempre uma expectativa de surpresa. Nosso show ao vivo traz esse elemento para a audiência, ele tem bastante energia e momentos especiais que ninguém espera. É bastante divertido”, promete o baixista, que aponta o diretor de clipes Eric Wareheim como o melhor da atualidade.
“Já viu ‘Pon de floor’ do Major Lazer? É absurdo, tem uma dança sensual e psicodélica, algo que nunca vi antes”, comenta Tim, que não pensa duas vezes ao ser perguntado sobre qual o melhor vídeo de todos os tempos do YouTube.
“'Charlie bit my finger'. É um clássico!”
* Matéria publicada no G1
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