Cinema (quase) real
Você provavelmente não se lembra da época em que os filmes com efeito 3D faziam grande sucesso. Era divertido ir com os pais e amigos ao cinema, colocar aqueles óculos quadradão (com uma lente azul e a outra vermelha) e ver monstros e objetos saindo do telão e vindo em nossa direção. Aliás, que atire o primeiro balde de pipocas quem nunca esticou os braços e tentou agarrar um animal exibido em terceira dimensão.
Pois saiba que esses filmes estão de volta – e com tudo! Nesse ano, várias animações e longas-metragens chegarão aos cinemas em 3D. O desenho Bolt - Supercão foi o primeiro. Em fevereiro chega Coraline, que é todo em stop motion (o filme é fotografado quadro a quadro. E as imagens, colocadas em sequência, ganham vida). Em abril, será lançada a animação Monstros vs Alienígenas, da turma da DreamWorks. Em julho, teremos Era do Gelo 3!
Para os fãs dos meninos roqueiros do Jonas Brothers, a novidade de março é um show deles todo em terceira dimensão.
De olho nessa onda, São Paulo acaba de se tornar a primeira cidade brasileira a ganhar uma sala IMAX. Legal, né? Essa grande safra de títulos só é possível graças a nova tecnologia usada nos efeitos 3D. Tudo agora é digital e os óculos são invocados, com as lentes escuras – chamadas de polarizadas. Nos filmes antigos, exibidos em terceira dimensão, as imagens não eram nítidas, muito menos salas de cinema com tal tecnologia no Brasil –, é bem diferente (saiba mais, abaixo). Mas por que os filmes em terceira dimensão estão na moda?
É que perceberam que o 3D é um jeito de fazer as pessoas recriarem o hábito de ir ao cinema, uma diversão cara: a entrada custa quase R$ 20, e uma simples pipoca R$ 5!
Além do mais, a indústria do cinema perde bastante dinheiro com a pirataria: DVDs vendidos em banquinhas de camelô, por exemplo. Essa é a razão das salas de cinema estarem mais e mais caprichadas, com sons e imagens de alta qualidade. É uma experiência que não pode ser reproduzida em casa.
Até alguns anos atrás, assistir a algo em 3D, com aqueles óculos de papelão, era um convite para a dor de cabeça e enjoos. Com a tecnologia atual, ninguém mais passa mal!
Antes
A antiga tecnologia 3D funcionava assim: cada tira de filme recebia duas camadas de cor – uma vermelha e a outra azul (ou verde). Por isso que para assistir a filmes assim era necessário aqueles óculos com lentes coloridas. Essas lentes forçavam os nossos olhos a enxergar as seções vermelhas e azuis das imagens. Era um truque para o cérebro, que interpretava o que era exibido na tela como algo em terceira dimensão. Como assim? É que nós, humanos, temos visão binocular, ou seja, cada olho enxerga uma imagem diferente. O nosso cérebro é que as combina em uma só.
Depois
O 3D Digital também tem os seus truques para enganar a nossa visão. Em vez de cores, usa a polarização da luz. Não entendeu? Calma! Lentes polarizadas servem para filtrar as ondas de luz que são alinhadas em uma mesma direção. Com os óculos 3D, cada lente é polarizada de maneira diferente. É por isso que no 3D Digital são usados dois projetores: um para o olho esquerdo e o outro só para o direito. Quem tentar ver esse filme sem a lente especial, enxergará tudo embaçado. Ao pôr os óculos, nosso cérebro (sempre ele) lê essas informações como se fosse uma imagem tridimensional.
Ignore tudo o que você já viu antes em cinemas 3D. Uma sala IMAX leva a experiência de enxergar uma imagem tridimensional a outro nível. A sensação que se tem é de entrar dentro da tela. Tela, aliás, que não é um mero telão, é um “telãozaço”. Na sala IMAX, inaugurada ontem no Shopping Bourbon Pompeia (em São Paulo), a tela tem 14 metros de altura por 21 m de largura. É impressionante, vai quase do chão ao teto! Dá para ver o filme bem de qualquer assento. Os mais baixinhos vão matar a curiosidade de como é ir a um cinema e sentar no fundão.
Os óculos (de lentes polarizadas) utilizados parecem uma máscara de mergulho, o que casa bem com o filme que está em cartaz: o documentário biológico Fundo do Mar 3D.
O resultado é um barato. Uma moderna câmera subaquática filma peixes, tubarões e polvos gigantes com uma excelente qualidade. O espectador se sente debaixo do oceano mesmo, com os peixinhos nadando na frente de seu nariz e peixões flutuando acima de sua cabeça.
Há momentos bonitos, como a dança das água-vivas no escuro e o “momento limpeza” das barracudas com “peixes faxineiros”. Lógico que também há imagens (um pouco) assustadoras. Tem uma cena em que uma lula dá uma mordida na câmera. Daí é difícil não apertar o braço da pessoa sentada ao seu lado (eu fui um alvo). O som também é muito legal!
A primeira sala IMAX brasileira é um ótimo passeio para quem estiver em São Paulo. Uma entrada inteira custa R$ 30. Caro, é verdade. Mas a experiência realmente vale tudo isso.
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