A publicidade é ótima, não vamos negar. Impossível passar em frente daquela lojinha de origem portuguesa, ler esse letreiro e não ficar com água na boca. É que nem quando você viaja láááá para o interior e não sabe onde comer. Aí você vê um boteco, uma casa caindo aos pedaços, com uma faixa do tipo: "O melhor parmegiana da região!". Sem sacanagem, se leio eu quero comprovar a veracidade de tal anúncio – e em 90% dos casos quebro a minha cara.
Soma-se agora a essa lista o respectivo bolo de chocolate (que, devido ao extenso nome do comércio, será chamado de OMBDCDM).
Ontem, aquele friozinho, estava perto da Oscar Freire e decidi com a Bem-Amada. "Vamos passar rapidinho no OMBDCDM?". Ela fez uma cara azeda, afinal, tinha ido lá há algum tempinho e havia sentenciado, assim como toda sua família: "Aquilo é muito ruim!".
Chegamos lá. Lotado. Pegamos uma mesinha lá dentro. De tão pequeno, nem cardápio há – apenas uma lousinha pendurada na parede, com o preço das comilanças. Cada pedaço de bolo sai por R$$$$ 7,50. Entre o amargo e o tradicional, escolhi o segundo. Já ela, um chocolate quente pequeno – pequeno mesmo, menor que um pingado de bar. Preço? R$$$$$$$$$$$ 4,50.
O pedaço chegou à mesa. É bonito, como se pode visualizar na foto acima. A Bem-Amada logo fez cara de poucos amigos: ela precisou por açúcar na sua bebida. Dei uma garfada e saquei de cara o recheio do bicho: de fato, ele não tem farinha. Graças a isso, o bolo parece um suspiro gigante coberto de chocolate. E fino.
É gostosinho, só. Deu para comer tranqüilo, afinal, sou viciado em chocolate. Mas ele não é quentinho nem fofo, está mais para um merengue. E a cobertura não é de melecar, como todo bolo de chocolate deve ser. Matei o micro-pedaço em menos de 20 segundos, tentando notar todos os nuances do cacau e da massa (massa?) na minha língua. Veredicto: é ruim – "a nível de" bolo de chocolate, vejam bem.
Parece mais uma torta de chocolate, daquelas que vendem no buffet da rede Viena – a diferença é que a do Viena é bem gostosa e custa bem menos.
Bolo de chocolate para mim tem de ser melequento, saboroso, fofinho, alto. Daquele que você tem de enterrar o garfo bem fundo até ele encostar-se ao fundo do prato. O gosto do chocolate tem de permanecer na boca por horas e horas e pequenos pedacinhos devem ficar impregnados nos dentes, criando-se um "aspecto sujo".
Eu recomendaria que os caros leitores experimentassem o bolo de minha avó Antonieta. Ela faz uma forma grandona dele e deixa apenas uma faca do lado de fora para que qualquer um possa tirar um naco do bolo e se lambuze todo – fica restinho da cobertura debaixo das unhas, as migalhas ficam em cima da blusa e o o chocolate granulado, chamado carinhosamente por ela de "chocolate formiguinha", enrosca nos vãos entre os dentes.
Mas, como isso não é possível (a não ser alguém me conheça ou me pague hehe), deixo abaixo as dicas de dois estupendos bolos de chocolate – ambos acompanham sorvete de creme: Devil's Food Cake, do America Burguer, e o Chocolate Thunder from Down Under, do Outback – esse está mais para um brownie.
Não são os melhores bolos de chocolate do mundo, mas tão quase lá.
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