30 de jul. de 2007

Hoje nas bancas de jornal

*Entrevista com a molecada do Brazukas

Eles criam 'patchs' do game Winning Eleven.

Para ler a matéria, clique aqui.

26 de jul. de 2007

Menina bonita, ai...


Dessa nova safra de cantoras brasileiras que surgiu nos últimos tempos, como Roberta Sá, Mariana Aydar e Marina de La Riva, foi de Céu o trabalho que mais me chamou a atenção. Seu CD de estréia caiu em minhas mãos na metade do ano passado e logo na primeira audição vi que ali tinha coisa boa. O som não era somente aquela combinação de bossa-nova com eletrônico, e tinha uma pitada bacana de elementos, que iam do jazz ao ragga. Sua voz aveludada, soul, e levemente rouca também é um charme. Fora seu nome que, vamos admitir, é muito legal.

E quando na semana passada soube que ela iria fazer uma apresentação no Tom Jazz, casa pequenina de shows em São Paulo com espaço para 200 lugares, não pensei duas vezes: levei a Bem-Amada a tiracolo e fui conferir como era Céu ao vivo, com as maiores expectativas do mundo.

Cai da cadeira.

Tudo bem que ela por si só já aparenta ser arrogante, com seu narizinho arrebitado e traços finos de uma burguesinha da elite paulistana. Como diria Christian Pior, “carinha de papai paga FAAP”. Isso eu já suspeitava ao ver suas fotos e vídeos, mas ali, há 3 metros da minha fuça, incomodou demais.

Sua postura era fake, forçada, e sua expressão corporal atende a todos os clichês que uma cantora metida a diva pode ter. Seja nas quebradinhas de cadeira que dava quando a levada de sua banda puxava mais para o samba ou ao cruzar aos braços em direção ao peito toda santa vez que se dizia estar emocionada de estar cantando ali naquele palco. Mas o que mais me irritou foi quando ela subia a nota no final das canções e afastava o rosto do microfone e jogava a cabeça para trás. Argh!

Tudo isso eu relevo se o som fosse bom. E a banda dela realmente é boa. São apenas cinco músicos que a acompanham: um baterista, um tecladista, um percussionista, um cara que toca guitarra e contrabaixo e um DJ. Ah, o DJ.

Sei que colocar um disque jóquei hoje como integrante de banda é moderno. O cara faz uns barulhinhos ali, um scratch ordinário de vez em quando, é bacana. Mas com Céu é um desastre.

Explico: já viram backing vocals invisíveis? No show da Céu tem ­– em quase todas as músicas. Ou um violonista e um trompetista, também invisíveis, que tocam durante “Lenda” e "Rainha" ? No show da Céu tem isso também.

O DJ tem a manha de usar quase todas as bases e harmonias do CD. É sério. O resultado final é um playback somado a uma apresentação ao vivo. Diga: você também não se sentiria trapaceado ao ver um show que é igual ao CD? Fazia tempo que eu não me sentia frustrado com um show musical. Adoro ver apresentações ao vivo porque esse é o único jeito de se conferir realmente como é o trabalho de um artista, de Bidê ou Balde a Gotan Project.

Céu ainda tem muito a melhorar. A primeira dica é parar de ser mão de vaca e contratar mais músicos para a sua banda, e não usar dessa artimanha pilantra de usar um DJ como músico polvo, que toca violão, metais e faz backing vocal. A menina só precisa baixar a bola, pois o seu som é muito bom, ela tem talento e sabe com quem trabalha (ela dá o ar de sua graça no CD do produtor bam-bam-bam Apollo 9). Além do mais, é queridinha de jornalista (o que não quer dizer nada, mas tudo bem).

Se Céu estiver na sua cidade, vai lá, vale a pena conhecer. Só fujam se o show for no Tom Jazz. Porção de mini-pastéis por R$ 18 e caipirinha custando quase 20 pila é de doer o bolso.

*Ouça as músicas do CD de estréia de Céu aqui.


25 de jul. de 2007

Hoje estréia o novo Daqui pra Lá! Com ares de modernidade, ora bolas, pois é época de web 2.0 e todo esse papo que o internauta está cada vez mais interagindo com o site e blá, blá, blá.

Seguindo os conselhos de meu colega de faculdade e de redação Filipe, entrei nessa onda de widgets: coloquei na barra lateral o meu playlist do Last.FM e um vídeozinho do YouTube. Muita viadice, como vocês podem reparar.

Quando eu comecei a blogar, no início de 2003, blog não tinha muita frescura. Era um template cru: um título em destaque e a caixa de texto. Só. Quem enfeitava e poluía seus blogs eram meninas que deixavam adesivos pisca-pisca da Hello Kitty e outras baboseiras do tipo.

O DPL estava defasado e precisava dar uma agitada. Talvez o deixando com essa cara nova eu me inspire a escrever mais e voltar a agitar essa bagaça, que no seu auge, em 2004, dava uma média de 20 comentários por post. Também eu escrevia pra caralho: 194 textos foram feitos no tal ano.

O esquema de agora continua o mesmo: estarei escrevendo minhas crônicas de sempre. Quem não tiver paciência para ler muito texto, pode se divertir com os tais widgets. Sou blogueiro das antigas, ou seja, gosto de escrever. Blogueiro hoje é um ser vagabundo que escreve meia dúzia de palavras para gerar um burburinho na caixa de comentários e/ou sugere algum vídeo do YouTube por pura preguiça.

Mas também farei dicas de bandas novas, livros, sites e outras cositas mais. A seção “TV SEM TV” vai mudar durante toda semana e é baseada na coluna que tenho no caderno TV&Lazer, do jornal O Estado de S.Paulo. Ou seja: o vídeo de destaque da semana vai sempre aparecer lá.

Recebi uns e-mails de alguns leitores pedindo para eu deixar os links das matérias que escrevo no jornal. Atendendo aos pedidos, vou fazer isso toda às segundas-feiras. Nesta semana eu escrevi uma matéria de capa sobre o universo de Harry Potter na internet e conto toda a história por trás do vazamento na web do último livro da série, dias antes de seu lançamento oficial, na sexta-feira passada. Cliquem aqui para ler.

Volto daqui a pouco. E com um podcast bem bacana.

17 de jul. de 2007

1, 2, 3... Fight!

Nas Olimpíadas de Inverno do ano passado, o kurling reinou absoluto entre o esporte mais bizarro a ser praticado na competição. Aquela espécie de bocha do primeiro mundo, em que atletas literalmente precisam enxugar gelo com uma vassoura para fazer uma chaleira de cerâmica ganhar mais velocidade foi hors-concours.

No Pan 2007, o hóquei na grama é forte candidato. É estranho ver um monte de esportistas com uma bengala na mão e se curvando pra caramba apenas para acertar uma bola. Se eu fosse fisioterapeuta, abria uma clínica ao lado de um campo de hóquei na grama. O que esses atletas devem ter lordose e bico de papagaio não deve ser brincadeira.

Mas engraçado mesmo é ver os caras de taekwondo em ação. Sensacional, parecem dois lutadores saídos do Mortal Kombat. Pode reparar, é banana: todo lutador fica meio que posicionado de lado, dando uns saltinhos engraçados sem sair do lugar. Não é tipo boxe, em que o atleta fica gingando de um lado pro outro do ringue, ou judô, em que um se engalfinha no outro e fica um empurra-empurra infernal. Pô, taekwondo é bem mais divertido.

O uniforme também é ótimo: o protetor usado na cabeça é igualzinho ao capacete anti-convulsão usado pela Natalie Portman no filme Hora de Voltar. Já para proteger o tórax, utiliza-se um tipo de colete salva-vidas.

A arte marcial coreana funciona assim: são três rounds de três minutos e ganha o oponente que mais der bordoada no outro. Chute na cabeça vale dois pontos, já no peito e no abdômen, um só. Pode-se usar as mãos também, mas apenas no tronco. Pelo o que eu entendi é difícil pontuar dando socos – os juízes são cri-cri, e costumam validar apenas golpes dados com muita força, por isso a opção pelos chutes.

Daí você pensa: “Pô, o pau deve comer solto!”. Não, ao contrário. Os lutadores ficam pulando sem sair do lugar o tempo todo, como uma forma de analisar os movimentos do adversário. Aí, quando um resolve golpear, o outro se esquiva e acerta um belo pontapé no “estrombo” do sujeito. Não tem erro: negócio é ficar pulandinho no seu lugar e esperar o oponente tomar um decisão. Daí, no contra-ataque, você dá um round house kick e fatura um mísero ponto.

Taekwondo é típica briga de irmão versus irmão. Quando eu lutava com o meu, só valia chutar na perna e esmurrar o braço. A gente ficava lá, pulando sem parar até o outro tomar uma decisão. E, quando alguém ia pra cima, logo levava de revide um chute na canela que doía horrores (para os dois).

E era coisa de macho mesmo, apesar que a luta consistia apenas em dar um chute e logo depois fugir para o banheiro e trancar a porta. Talvez isso não aconteceria se gente usasse um desses capacetes anti-convulsão.

Ia ser bem massa.