O cara
Para o pessoal da minha faixa etária, entre 20 e 25 anos, arrisco dizer que uns dos grandes ídolos dessa geração foi um baixinho carioca e marrento, que sempre vestiu uma camisa número 11 e cansou de fazer gols em nosso time. O tal do Romário, aquele, que chama os próximos de "peixe" e cansou de arrumar confusão em torno de sua pessoa. Que lançou moda entre os garotos de minha idade, que furavam o lóbulo esquerdo, logo incrementados com um brinco de argola com uma pequena cruz pendurada. Era brega, mas eu achava demais.
Vi o Romário jogar ao vivo apenas uma vez, quando ele atuava pelo Flamengo. Por anos eu desejava um dia que coincidisse um jogo do baixinho no Morumbi, contra o meu glorioso São Paulo, e que nessa data eu estivesse na capital paulista. Nunca dava, ou eu estava em Sorocaba ou ele estava com problemas musculares. Sorte a minha que em 1999 tal sonho deu certo. Eu vi o danado com os meus próprios olhos, aprontando daquelas que eu só via na televisão.
Um atleta que pouco corria em campo, que passava despercebido ao nosso olhar. De vez em quando eu o procurava, e lá estava ele, com as mãos na cintura, caminhando para um lado e para o outro. O zagueiro colava atrás dele, dizia algo em sua orelha e, de repente, numa ginga de corpo o beque ficava para trás. Cara a cara com o arqueiro, com a bola dominada no pé direito, eu só torcia para que o matador errasse. Mas, como diz o ditado popular, quando um artilheiro é nato, diz-se sempre: "Esse não perde!". Pois Romário perdeu. Chutou inúmeras bolas na trave, o goleiro são-paulino pegou o impossível, fizemos a festa. Xingávamos-no, mas também morríamos de medo, pois o Romário era daqueles que numa fração de segundos punha a bola no fundo das redes e mandava a torcida adversária calar a boca, gritando consigo mesmo: "Eu sou foda!".
Mas naquele dia o baixinho não fez nenhum gol, e o rubro-negro perdeu para nós. "Esse não joga mais bola!", diziam muitos na saída do estádio. "Contra o tricolor ele sempre amarela!", berrou outro. Pois é, amarela mesmo. Dois anos depois, defendo as cores do Vasco da Gama, Romário voltou a jogar contra o São Paulo. Ele não marcou um gol, meteu logo três de uma vez. A cada tento, ele corria em direção à torcida são-paulina, abrindo os braços e pondo o dedo indicador na boca. Para humilhar mais ainda, o danado apontava para o ouvido, como se dissesse: "Vai, bando de cornos! Me xinguem agora!".
Sorte a minha de que nesse dia eu estava em Sorocaba.
Vi o Romário jogar ao vivo apenas uma vez, quando ele atuava pelo Flamengo. Por anos eu desejava um dia que coincidisse um jogo do baixinho no Morumbi, contra o meu glorioso São Paulo, e que nessa data eu estivesse na capital paulista. Nunca dava, ou eu estava em Sorocaba ou ele estava com problemas musculares. Sorte a minha que em 1999 tal sonho deu certo. Eu vi o danado com os meus próprios olhos, aprontando daquelas que eu só via na televisão.
Um atleta que pouco corria em campo, que passava despercebido ao nosso olhar. De vez em quando eu o procurava, e lá estava ele, com as mãos na cintura, caminhando para um lado e para o outro. O zagueiro colava atrás dele, dizia algo em sua orelha e, de repente, numa ginga de corpo o beque ficava para trás. Cara a cara com o arqueiro, com a bola dominada no pé direito, eu só torcia para que o matador errasse. Mas, como diz o ditado popular, quando um artilheiro é nato, diz-se sempre: "Esse não perde!". Pois Romário perdeu. Chutou inúmeras bolas na trave, o goleiro são-paulino pegou o impossível, fizemos a festa. Xingávamos-no, mas também morríamos de medo, pois o Romário era daqueles que numa fração de segundos punha a bola no fundo das redes e mandava a torcida adversária calar a boca, gritando consigo mesmo: "Eu sou foda!".
Mas naquele dia o baixinho não fez nenhum gol, e o rubro-negro perdeu para nós. "Esse não joga mais bola!", diziam muitos na saída do estádio. "Contra o tricolor ele sempre amarela!", berrou outro. Pois é, amarela mesmo. Dois anos depois, defendo as cores do Vasco da Gama, Romário voltou a jogar contra o São Paulo. Ele não marcou um gol, meteu logo três de uma vez. A cada tento, ele corria em direção à torcida são-paulina, abrindo os braços e pondo o dedo indicador na boca. Para humilhar mais ainda, o danado apontava para o ouvido, como se dissesse: "Vai, bando de cornos! Me xinguem agora!".
Sorte a minha de que nesse dia eu estava em Sorocaba.
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