Gecilda
E não é que a Cida levou a bolada pra casa? Porra! 500 mil! O que eu faria com esse dinheiro? Viagens e mais viagens; uma casinha na Bahia... Rapaz, é muito dinheiro.
Fiquei feliz pelo fato dela ter ganhado o Big Brother. Babá; ganha um pouco mais de um salário mínimo e mora em uma casa caindo aos pedaços numa cidade que nunca ouvi falar. Nada mais justo do que dar o dinheiro àquele que precisa. Nem penso como ela vai gastá-lo; talvez faça uma lipoaspiração. Meu lado irônico já a imagina comprando umas cabeças de gado, investindo num grupo de pagode, ajudando os parentes... Dar dinheiro pra pobre é sempre a mesma história. Perdi a conta de quantas empregadas minha mãe já perdeu depois de dar férias a elas. Iam visitar os “primo” lá em riba e nunca voltavam. Aquele fim-de-mundo deve ter algo de especial, penso.
E como tinha pessoa tosca no programa. Eu não o assistia durante as semanas, apenas no domingo ou na terça – os dias decisivos. Essa história de “eu preciso do dinheiro mais do que você” não cola. Uma frentista lá era o nojo em pessoa. Sambava o dia inteiro com roupas minúsculas, valorizando aquilo que somente nossas mulatas têm. De vez em quando “esquecia” os peitos pra fora. Artifício barato. Pior eram aqueles que chamavam-na de burra, ignorante. “Ai, é pobre então é burro!”. A mulher por não saber cantar uma musica em inglês e chamar ofurô de furúnculo, é motivo de gozação nacional. Nada mais legal do que chamar o outro de burro, não é mesmo? Enquanto isso, corrupção e preconceito rola solto ao nosso lado. Fechamos os olhos e nos preocupamos com a mulata que não sabe inglês. Hipocrisia.
**Para a festa da rede Globo, sua “ingnorância” rendia preciosos pontos no ibope (vide o Faustão, que fez ela “cantar” por quase meia hora, jogando o Gugu lá embaixo).
Dizem as más línguas que até “puta de luxo” havia nesta edição. A mulher fala várias línguas, foi “modelo” em Miami e é filha de um ex-senador biônico. Tinha uma amiga do Galvão Bueno, um lutador de vale-tudo, um esportista quase olímpico e algumas pessoas podres de ricas, que têm como amigos, pessoas influentes na tevê do titio Marinho. Que estranho.
Para a final foram duas pessoas que entraram comprando uma revista e enviando um cupom para o programa. Pessoas extremamente simples e humildes, ao meu modo de ver. Criaram uma amizade honesta, meio “Encontros e Desencontros”. Quem disse que homem e mulher não podem ser grandes amigos?
Ganhou aquela mulher feinha, sem talento algum, que não sonha ser atriz ou apresentadora. Não vai receber convite para posar nua, parece não querer ser famosa, e que durante os meses em que ficou “enjaulada”, aproveitou para fazer aquilo de melhor da vida: comer e dormir bastante. Não se preocupou em fazer ginástica 24 horas por dia para ficar gostosa ao publico. Ao invés disso, resolveu tirar umas férias. Acabou com 500 mil reais no bolso. E mereceu.
*foto Globo.com
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