7 de mar. de 2004



Nos últimos quatro meses, qualquer pessoa que esteja andando comigo, deve ter feito uma cara de nojo e perguntado em alto e bom tom para minha pessoa, quando eu me encontrava cantarolando.

- Que raios é isso? Edson Cordeiro?

Não, raparigo – respondia. Trata-se da salvação do rock (palavras de Lucio Ribeiro): The Darkness.

- Ah... Fale umas músicas pra eu baixar.

Então eu sugeria três canções, no mínimo. E passava o dia inteiro, com um maldito riff de guitarra na memória e afinando a voz o máximo que podia, dando uns gritinhos, como se alguém estivesse puxando meus bagos. “Touching youuuu, touching meeeee”. Acredito que devo estar com uma bela fama de baitola pela vizinhança, sala de aula e, até, com minha própria família. “O que deu nesse menino pra brincar de Celine Dion do agreste?”.

Mas hoje papai e mamãe entenderam a razão de minha gritaria. Finalmente chegou em casa “Permission To Land”, álbum de estréia dos garotos. Chega a ser um absurdo de tão bom esse disco. Excelentes melodias, vocais e riffs pra lá de animadores. Influências de AC/DC, Queen e, claro, Van Halen. O vocalista é uma cópia discarada de David Lee Roth. Seja nos trejeitos, nas fantasias e performances dos shows. Como a melhor fase do Van Halen foi com Lee Roth nos vocais, não há explicação para que eu não me torne um fã de The Darkness.

Um rock sem firulas, pegando de base aquele hair metal sem compromissos dos anos 80. Eles acreditam numa coisa chamada amor, pedem para ninguém encostar um dedo em suas mulheres, e dizem que... hummm... “algo” deles cresce em suas amadas. Em uma canção natalina, infelizmente não incluída no CD, eles clamam para que, na noite natalina, não se deixe os “sinos” baterem. O bom humor é uma constante do repertório (vide a foto acima).

Um puta disco! Dois polegares pra cima.

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