O remake é parecido com a versão original?
O remake é parecido com a versão original?
Desde então, é um dos games mais populares na loja de aplicativos da Apple. Não é por acaso: a qualidade gráfica do título é impecável, comparável com a de jogos do PSP. A história é bem simples e a ação acontece dentro uma casa abandonada, cercada de zumbis por todos os lados.
Sua tarefa é eliminá-los sempre que eles entram no recinto, que deve ser protegido com a construção de barreiras nas janelas. Toda vez que isso é feito, ganham-se pontos cruciais para a compra de munições e para a abertura de novos cômodos da residência. A jogabilidade é um pouco complicada. Do lado esquerdo da tela há um joystick virtual, que serve para caminhar para frente, para trás e para os lados. Abaixo há o item de uma faca, essencial para aqueles momentos em que os zumbis estão quase mordiscando a sua cabeça. Na parte direita estão os botões de mira e de atirar. No alto tem um painel para a troca de armas. Muita informação para uma tela de 3, 5 polegadas? Sim, mas é essa dificuldade que faz de Zombies algo tão desafiador e prazeroso.
É um jogo complicado, que não permite ser salvo até que se termine uma das rondas. Às vezes há tantos alvos para se atirar que nem se enxerga direito a tela do aparelho, devido ao número de dedadas aplicadas nela freneticamente. No modo single player, a tarefa não é fácil. Às vezes aparece uma horda de zumbis, com mais de oito de uma vez só. Como as armas pesadas demoram muito para serem carregadas a cada disparo, o jeito é sacar a pistola e mirar na cabeça dos mortos-vivos, algo que conta pontos e ajuda no surgimento de itens especiais – matar os zumbis com apenas um tiro, por exemplo.
Já no modo multiplayer as coisas ficam mais simples e divertidas. O grande barato do game é a sua plataforma online. Via conexão Wi-Fi, há modos cooperativos que permitem a inclusão de até quatro jogadores ao mesmo tempo, o que ajuda muito na matança. Via Bluetooth dá para jogar com duas pessoas. Dentre os extras do jogo há bastante informação útil: pode-se acessar a um ranking e conferir quem são os melhores jogadores, além de checar dados detalhados sobre o seu progresso.
Call of Duty: World at War: Zombies é o segundo título publicado pela Activision nessa plataforma móvel e vale o preço salgado (US$ 10 por um arquivo de 16MB), já que as atualizações com novas fases e mapas são freqüentes, ou seja, o game não ficou estagnado. O sucesso do jogo é tanto que foi lançada nesta semana uma versão lite, para ser baixada gratuitamente. Não deixe de testar.
* Matéria publicada no Virgula
Mas quem vê Lost sabe: assim que se ouvir o tradicional "poum", com o logo da série em um fundo preto, indicando o final do episódio, uma correria tomará a web: o mundo todo irá baixá-lo e legendá-lo em tempo recorde. Fora quem já o assistiu, ao vivo, por serviços de live streaming.
Para entender a engrenagem da série, é preciso conversar com os produtores e principais roteiristas da trama: Carlton Cuse e Damon Lindelof. A dupla é responsável por quase todos os mistérios e enigmas da produção, além de fazer parte do seleto clube que já sabe o final de Lost.
"Chegamos à imagem final na 1ª temporada. O fim ainda não foi escrito, há toda uma mistura de mitologia e elementos que estão intactos para esse momento, pois muita coisa relacionada aos personagens ainda será trabalhada", disse Cuse, em coletiva realizada em Los Angeles, pouco antes do Estado ser o único veículo brasileiro a falar com exclusividade com a dupla em 2010.
"Faz parte do processo criativo. Se alguém dissesse, cinco anos atrás, que o Sawyer se tornaria o xerife da Iniciativa Dharma em 1977, isso soaria a coisa mais ridícula do mundo. É divertido saber o final sem termos ainda a sua execução pronta."
Para o season finale, Lost irá mudar a narrativa mais uma vez. Depois dos flashbacks e flashforwards, vêm por aí duas realidades - umas delas, alternativa. A dupla sabe que pode arriscar, pois conhece bem o "nível" do telespectador da série: no podcast oficial do seriado, eles se divertem com as teorias dos fãs. "Tenho certeza que Lost não existiria se não houvesse esse enorme debate sobre a série", resume Lindelof, enfatizando a repercussão que o seriado encontra depois que vai ao ar - e que se multiplica exponencialmente online. Porém, o fato de ter um público específico é uma pressão enorme sobre os dois, ainda mais no 6ª ano.
"O pior final que poderíamos dar seria o final seguro, atrativo para um maior número de pessoas", diz Lindelof. "Obviamente, nem toda questão será explicada e muita gente ficará chateada por não ver certos momentos resolvidos. Sinto que seria muito pedante nos concentrar apenas em responder as dúvidas", completa Cuse.
Muito se especula sobre o futuro de Lost. Por ser uma produção multiplataforma, com extensões no mundo da literatura e dos games, a expectativa é que a série renda produtos. Dizem até que um dos parques de diversão da Disney, distribuidora do seriado, pode ter um brinquedo de Lost! "A história que contamos há 6 anos acaba em maio, não pensamos em sequência", rebate Cuse. "Vai ter gente falando que é o pior final da história da TV. Mas tem gente, como a minha mãe, que diz que será o melhor final de todos, apesar de ela não entender o programa", ri Lindelof.
A preocupação com os fãs fervorosos explica porque a série não é queridinha da crítica. "Em premiações, você manda três DVDs separados com dois episódios cada. Para quem não assiste ao show, avaliá-lo fora do seu contexto é desafiador. Contar a história de uma maneira mais acessível seria uma forma de alienar o fã", diz Cuse.
Apesar desse discurso, eles admitem que o último ano de Lost é mais acessível. "A narrativa é diferente e não exige um vasto conhecimento sobre o show. As histórias desse ano estão conectadas com o primeiro ano. E ter visto a 1ª temporada é a parte mais importante agora", explica Cuse.
No final da coletiva, cito para a dupla a tese do primeiro parágrafo e pergunto sobre o legado da série. Lindelof: "Acredito que o legado acontecerá de duas maneiras. Uma semana após o final só se irá falar dele. Estava comentando sobre o final de Família Soprano outro dia: não lembrava se o A.J. tinha ido ou não ido ao exército. Mas me recordava, quadro a quadro, da cena do jantar e do final", diz. "Conforme o tempo passa, lembra-se de Sopranos como um todo. Desejamos que as pessoas lembrem da experiência de assistir a Lost, e de como elas se sentiram gratificadas e felizes por terem dedicado 120 horas de tempo e energia a ele"
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Carlton Cuse
Produtor-executivo de Lost e um dos principais roteiristas da série. Natural da Cidade do México, estudou em Harvard e participou do roteiro de filmes como Máquina Mortífera 2 e 3 e Indiana Jones e a Última Cruzada. Seu primeiro trabalho como roteirista na TV foi em Crime Story (1986-88), produzida pelo cineasta Michael Mann.
Damon Lindelof
É o criador de Lost, ao lado de J.J. Abrams (Fringe, Alias, Cloverfield), além de ser um dos produtores-executivos. Assina os textos dos episódios mais marcantes de Lost, geralmente aqueles que trazem grandes viradas para a trama. É um dos criadores da série Crossing Jordan e também atua como escritor de HQs.