16 de set. de 2007


Estava eu agora pouco, na cozinha da casa aqui de Sorocaba, atacando um pedaço de pizza gelada, que tinha sobrado do jantar. Aliás, tem coisa mais gostosa nessa vida do que comer pizza gelada em plena madrugada?

Mas, enfim, estava fazendo a festa na cozinha quando escuto meu pai aumentando o volume da TV para poder escutar o cantor Leonardo “dando uma palhinha” no programa Altas Horas.

Ele começa a cantar Um Sonhador. Eu também. “Eu não sei pra onde vou/Posso até ficar sozinho/Minha vida segue o sol/No horizonte dessa estrada”.

Minha mãe chega na cozinha e olha seu filho lascando o gogó de boca cheia e batendo o pé no chão. "Bonito, hein, caipirão!".

Óbvio que eu engasguei e soltei um tímido muxoxo. Depois, já no quarto e comendo outro pedaço de pizza (hehe), comecei mentalmente a cantar só o "besto of" de Leandro & Leonardo: Eu Juro; Desculpe, Mas Eu Vou Chorar; Entre Tapas e Beijos; Não Aprendi a Dizer Adeus; Pense em Mim; Festa de Rodeio e aquela do "então esfrega, requebra e acende o fogo da comadre", que é genial.

Daí eu fui mais fundo em minha memória e lembrei que quando pirralho, na minha infância em Tupã, eu adorava comprar os gibis do Leandro & Leonardo.

Cacetada, como eu já fui brega!

OBS: Sensacional esta minha montagem feita no Paint, hein! Photoshop é para fracos.

12 de set. de 2007

O videoclipe não acabou; já a MTV...

Não sei vocês, mas estou com medo de como será o VMB deste ano. Sério, alguém viu o VMAs domingo? Eu sei que hoje é quarta de madrugada e o assunto está datado, mas eu nunca vi uma edição dessa premiação da MTV americana ser tão ruim na história.

Primeiro: eu não conhecia quase ninguém que estava concorrendo. Olha, eu juro que eu tento me manter atualizado, e vez ou outra até confiro o que está na parada do TRL. Mas dos concorrentes, grande maioria era de novatos que "cantam" hip-hop. E o som de TODOS era péssimo, do tipo que nem a Jovem Pan consegue pôr no ar.

Segundo: os shows. VMAs sempre foi sinônimo de shows do tipo "arregaça". Neste ano, não teve um decente. Não vou nem citar aqui o que foi a Britney Spears fazendo aquele dois-pra-lá-dois-pra-cá patético, porque isso já é chutar cachorro morto.

Meus caros, a estética da MTV já era. Com a crise do mercado fonográfico, a MTV perdeu o seu ponto de apoio e não sabe o que fazer para reverter isso. No Brasil isso já estava claro, mas fiquei surpreendido ao ver como a crise está escancarada até na sede americana.

Por que isso acontece? Vamos lá. A MTV trabalha com a idéia do pop, do que está nas paradas. Esse é um formato que funcionava até cinco anos atrás, quando CD ainda era algo que existia e gravadora ainda era uma palavra que se encontrava no dicionário. Hoje, com a internet, MySpace da vida e o escambau, não precisamos mais da MTV nos empurrando seus ídolos pré-fabricados. Nós escolhemos aquilo que queremos escutar e o que desejamos assistir.

Por isso que a tal música pop está num momento tão ruim. Virou um produto desgastado, que precisa ser reformulado. O que a MTV deveria ter feito é colocar ali no palco a nova geração, uma Lily Allen da vida, uma Amy Winehouse trêbada, um Arctic Monkeys ou algo do tipo. Não seriam shows performáticos, do tipo 40 dançarinos fazendo uma coreografia que foi ensaiada o ano inteiro, mas seriam apresentações honestas.

O grande exemplo de como tudo mudou foi o show do Chris Brown. O garoto fez tudo o que se espera de um show de VMAs: teatralização (ele encarnou o Charles Chaplin), dança (ele é muito ágil, mas nada que Michael Jackson não tenha feito há 20 anos – inclusive ele dançou Beat It), e a participação de um outro cantor no meio da música – Rihanna, que foi mal aproveitada e de todos os artistas do VMAs era a única que tinha um excelente single pop e com um videoclipe sensacional: Umbrella, no caso.

As músicas que Brown apresentou, em um playback que mal tentou disfarçar, eram muito ruins, nem a batida prestava. Há pouco tempo atrás o N’Sync fez um show parecido, e foi um arraso. Em um ano eles eram marionetes que desciam do teto do palco, em outro chamaram o Michael Jackson para encerrar a apresentação. Hoje, esse tipo de performance não tem mais graça. Assim como não tem mais graça ver a Britney Spears manquitolando para tentar ser a mesma garota do ano 2000, que fez um strip ao som de Satisfaction.

Britney Spears é uma metáfora perfeita para a MTV de hoje (não resisti).

A coisa foi tão sofrível que nem Justin Timberlake, que já fez o favor de salvar os últimos sete VMAs, foi bem. Pelo menos ela deu uma dentro, ao pedir para a MTV passar mais videoclipes e parar com essas baboseiras juvenis. Aliás, aqui entra a principal questão da MTV estar em crise: por que ela não passa os videoclipes que vemos no YouTube e não aqueles que ela recebe via gravadora e insiste em pôr no Overdrive? Por que em vez de um Fall Out Boy, não toca um Klaxons ou, chutando o balde, um Cansei de Ser Sexy? Tudo bem que nenhum deles é americano, mas sei lá!

Olha, se o VMAs foi uma droga, temo pelo o que vai ser esse VMB, que está tentando dar uma de moderno neste ano, criando até uma categoria para o “hit da web”?

Veremos no que isso vai dar...

4 de set. de 2007

Vida e obra de Katylene Beezmarcky



Em uma época em que blogueiro só pensa em descobrir uma forma de ganhar dinheiro sem sair de casa, achar um blog viciante e com uma proposta ousada é cada vez mais raro. Quando eu comecei a conhecer os blogs, lá por volta de 2003, eu pude conhecer aquilo que considero a nata da blogosfera nacional. Hoje a maioria dessa geração já desencanou de ser blogueiro. Um ou outro ainda se tenta manter o pé, mas aquilo lá foi um tempo bom que não volta nunca mais.

Quando eu descobri Katylene Beezmarcky, do agora falecido Papel Pobre, ter um blog novamente fez sentido para mim. De um humor genial, que consistia em escrachar celebridades brasileiras e gringas, Katy conquistou um público fiel na internet (cerca de 100 mil acessos diários), muito além da high society GLS, que era seu público inicial.

Pode-se dizer, sem sombra de dúvidas, que Katylene foi o melhor blog que surgiu nos últimos anos. E, potencialmente, com toda a condição de estourar e estar ali ao lado de um Kibe Loco. Para se ter uma idéia do sucesso, não são raros os casos de leitores que ficavam apertando F5 o dia inteiro na página (já 10 posts em poucas horas).

Pena que a fama gerou inveja, descobriram quem era Katy (s, pois eram duas pessoas, um rapaz e uma menina), e o blog acabou prematuramente. As gírias e o jeito peculiar de escrever desse travesti de Xerém (RJ) vão deixar saudades. Não sei mais o que serei do meu cotidiano sem as seções "umidificação do dia" e "momento ego" ou de ler pérolas como "rehab is the new black".

Especula-se que as Katys foram contratas pelo pessoal do Pânico; que Daniel, um dos autores, mora em Brasília e é filho de um importante chanceler, mas isso não importa. Não se pode acabar com um blog genial, ainda mais em um momento que blogueiro no Brasil está virando sinônimo de merchandising gratuito.

Volta, Katy, por favor!!

OBS: Está rolando um tremendo movimento pela volta do Papel Pobre. Esse blog, inclusive, conta toda a curta trajetória de Katylene Beezmarcky. Já esse é uma espécie de filhote, e tenta assumir o lugar deixado por Katy. Pena que é uma cópia...