Quem acredita em meia-entrada?
Estou aqui, pensando com os meus botões, se essa idéia de "meia-entrada" vale realmente alguma coisa para nós, estudantes ou professores, ou se hoje ela já não passa de pura lorota.
Escrevo isso aqui, indignado que estou, após pagar R$ 8,50 em uma entrada de cinema, e saber que nesta semana que virá, R$ 100 voarão de minha conta corrente com destino aos cofres polpudos de Alexandre Accioly e Luís Niemeyer, responsáveis pela vinda do U2 e Franz Ferdinand ao país.
Li uma entrevista com um dos homens supracitados. "O ingresso é caro em razão da alta aparelhagem do show e da existência de um mercado negro de carteirinhas de estudantes", foi a desculpa dada que mais me chamou a atenção. Escusa feita graças às milhares de reclamações que pipocaram pelo país. Meia-entrada R$ 100? Que porra é essa?
A porra é que todo mundo tem carteirinha de estudante. É fácil tirar uma - certa vez, um repórter da Veja S.Paulo, se eu não me engano, mostrou como é fácil tirar uma (detalhe: ele já estava formado há dois anos). Bastam cinco minutos. É, até certo ponto, uma máfia mesmo. Até rádio oferece carteirinha de estudante! Lembro também de uma matéria que dizia que no cinema do Shopping Santa Cruz, em São Paulo, mais de 90% das entradas são compradas pela metade do preço original (por isso o aumento, dã!).
Mas se engana que a pessoa que pensa que está se dando bem ao adquirir esse pedaço de plástico, cujo poder dá desconto de 50% em futuros eventos. No final, e isso já está comprovado há um tempinho, nós, consumidores, pagamos o pato legal. Pode apostar que esse dia ainda vai chegar; basta uma banda internacional que você adora decolar por aqui ou um baita filme estrear nos cinemas.
Penso seriamente que a solução ideal e mais eficaz é abolir essa cota de meia-entrada no Brasil. Na Argentina, país hermano aqui do ladinho, não existe isso. O resultado é que os preços para cinema, teatro e eventos esportivos ou musicais são muito mais em conta. Ano passado, quando o White Stripes tocou em São Paulo, lembro que paguei R$ 50 para ir ao concerto - 60 pila era o preço a se pegar para ficar em pé na pista. Alguns dias antes, ou depois, Jack e Meg tocaram num lugarzinho da Argentina, pertinho da fronteira com o Brasil. Li mais tarde que alguns fãs brasileiros optaram por ir até o outro país para pagarem mais barato (a entrada para o show morreu em R$ 30).
Estou aqui, pensando com os meus botões, se essa idéia de "meia-entrada" vale realmente alguma coisa para nós, estudantes ou professores, ou se hoje ela já não passa de pura lorota.
Escrevo isso aqui, indignado que estou, após pagar R$ 8,50 em uma entrada de cinema, e saber que nesta semana que virá, R$ 100 voarão de minha conta corrente com destino aos cofres polpudos de Alexandre Accioly e Luís Niemeyer, responsáveis pela vinda do U2 e Franz Ferdinand ao país.
Li uma entrevista com um dos homens supracitados. "O ingresso é caro em razão da alta aparelhagem do show e da existência de um mercado negro de carteirinhas de estudantes", foi a desculpa dada que mais me chamou a atenção. Escusa feita graças às milhares de reclamações que pipocaram pelo país. Meia-entrada R$ 100? Que porra é essa?
A porra é que todo mundo tem carteirinha de estudante. É fácil tirar uma - certa vez, um repórter da Veja S.Paulo, se eu não me engano, mostrou como é fácil tirar uma (detalhe: ele já estava formado há dois anos). Bastam cinco minutos. É, até certo ponto, uma máfia mesmo. Até rádio oferece carteirinha de estudante! Lembro também de uma matéria que dizia que no cinema do Shopping Santa Cruz, em São Paulo, mais de 90% das entradas são compradas pela metade do preço original (por isso o aumento, dã!).
Mas se engana que a pessoa que pensa que está se dando bem ao adquirir esse pedaço de plástico, cujo poder dá desconto de 50% em futuros eventos. No final, e isso já está comprovado há um tempinho, nós, consumidores, pagamos o pato legal. Pode apostar que esse dia ainda vai chegar; basta uma banda internacional que você adora decolar por aqui ou um baita filme estrear nos cinemas.
Penso seriamente que a solução ideal e mais eficaz é abolir essa cota de meia-entrada no Brasil. Na Argentina, país hermano aqui do ladinho, não existe isso. O resultado é que os preços para cinema, teatro e eventos esportivos ou musicais são muito mais em conta. Ano passado, quando o White Stripes tocou em São Paulo, lembro que paguei R$ 50 para ir ao concerto - 60 pila era o preço a se pegar para ficar em pé na pista. Alguns dias antes, ou depois, Jack e Meg tocaram num lugarzinho da Argentina, pertinho da fronteira com o Brasil. Li mais tarde que alguns fãs brasileiros optaram por ir até o outro país para pagarem mais barato (a entrada para o show morreu em R$ 30).
Jogo de futebol hoje custa mais de R$ 30; cinema quase 20 barões. O que fazemos? Boicote? Seria uma boa, mas isso nunca funcionou. É foda se tocar que o direito à meia-entrada que eu tenho "por lei", na verdade não passa de uma entrada inteira camuflada.
OBS: Um dia depois deste post, o jornal Folha de S.Paulo traz uma matéria com o mesmo tema. Está bem mais completinho, lógico. Vejam!
OBS: Um dia depois deste post, o jornal Folha de S.Paulo traz uma matéria com o mesmo tema. Está bem mais completinho, lógico. Vejam!