25 de mai. de 2007

O "punch" (punctum) da Isabelli Fontana


Uma das poucas coisas que eu lembro de ter lido na faculdade foi o livro “Câmara Clara”, de Roland Barthes. E o que me chamou a atenção na sua obra foi sua definição de uma sensação que ele define por "punch" (correção: é punctum).

O "punctum" é uma sensação única que temos ao ver uma imagem, aquele detalhe despretencioso que te prende a atenção em uma foto. Exemplo: há muito tempo, eu e um amigo vimos uma bela sessão de fotos com aquela apresentadora Ana Luiza Castro. Em quase todas as fotografias ela estava de biquíni ou com a barriguinha de fora. Mas sabe o que nos chamou a atenção nela? O tamanho do seu dedão do pé. Era enorme!

Bem, isso é o "punctum".

Ao ver a nova edição da revista Trip, com a modelo Isabelli Fontana na capa, logo tive um punch. Meus olhos rapidamente se fixaram em sua barriga, mais especificamente na sua cicatriz de apendicite.

Pergunto: como eu nunca reparei nessa cicatriz antes?

Respondo: Photoshop.

O maldito programa da Adobe acabou com o "punctum". Quantas imperfeições hoje não são corrigidas? O olho de ressaca, a espinha na testa, a cicatriz da apendicite. Com uma rápida pesquisa no Google, vi algumas imagens antigas da Isabelli. É quase imperceptível a marca da cirurgia. Só olhando com muita atenção mesmo.

Eu sempre lembro do Photoshop quando recordo da vez em que aquela ex-BBB, Thais Ventura, foi promover uma peça de teatro que ela participava lá em Sorocaba. Isso em 2003, no cursinho. A garota tinha saído na Playboy alguns meses antes, era uma tremenda gatinha, mas lá, ao vivo, estava a maior rampeira. O meu "punch", no caso, foi ver suas estrias e espinhas em abundância.

Um "punctum" nada agradável, digamos.

17 de mai. de 2007

Música do ano?

Quando eu vi as várias listas de melhores músicas do ano passado, a maioria delas cravou "Crazy", de Gnarls Barkley. A canção é ótima, mas eu daria o troféu para "Steady as She Goes", do The Racounters.

Já para 2007, já faço a aposta que "All My Friends", do LCD Soundystem, vai estar entre as três fácil, fácil. Ela é tão bacana e grudenta que a deixo no repeat do iPod tranquilão.

E de tão legal, o LCD vai lançar um single que traz versões de outros artistas para "All My Friends". A versão do Franz Ferdinand eu achei fraquinha, mas vale a audição.

Já o cover de John Cole é sensacional. Ouça tudo aqui.

9 de mai. de 2007

Pois é, Snow Patrol na balada. Dois dias depois, em pleno final de semana, viajo para Sorocaba. E adivinhem que música meu irmão está escutando na vitrola todo empolgado? Open your Eyes.

Xereto o Orkut de algumas amigas e 70% delas colocaram a letra da música em seus profiles. Isso me lembrou muito uma moda do comecinho do ICQ (ano 2000, como estou ficando velho!). Naquele tempo, todas as meninas de minha lista de amizade tinham em seus perfis aquele famoso monólogo do filme 10 Coisas que eu odeio em você: “Odeio o modo como fala comigo e como corta o cabelo ; odeio quando dirige meu carro e o seu desmazelo...” Yada, yada, Yada. Era um porre!

O motivo para o Snow Patrol ter pego foi culpa de um DJ, que colocou uma introdução diferente, uma batidinha e criou um remix de qualidade bem desconfiável. Mas, um pouco antes disso, a cagada já estava feita quando Open Your Eyes virou tema de abertura do seriado E.R.

Para quem não sabe, o Snow Patrol é uma banda do Reino Unido, que no final da década de 90 lançou seu primeiro trabalho graças ao membros do Belle & Sebastian, que meio que foram seus padrinhos e até participaram do CD deles. O som era muito melancólico, daqueles para ouvir debaixo das cobertas. Não era nada muito fantástico, mas simpático, com o perdão da rima.

Conheci-os meio que ao acaso, em 2004, ao ouvir uma versão engraçada que eles fizeram de Crazy in Love, da Beyonce. Bastou uma busca no Soulseek e, algumas horas depois, já tinha a discografia deles em minhas mãos, digo, no computador.

Com Final Straw, de 2004, eles deixaram a depressão para trás e investiram forte nas baladas grandiosas, com solos de guitarra e arranjos de cordas. Ficou pop demais, mas um som muito bom e acessível, que agradaria muitos adolescentes. Por isso, até apostava que eles pegassem antes por essas bandas, não graças a uma versão mixuruca de um DJ.

Isso me leva a crer que o Snow Patrol deve virar no Brasil sinônimo de one hit wonder, ou seja, banda de um sucesso só. Não será algo de massa, como os xaropes do Coldplay. Será uma pena (ou não, dependendo do ponto de vista).

Mas, jogando limpo, o motivo pelo qual eu escrevo esse texto não é por eu estar com aquela sensação de “eu os conhecia antes e sou foda”. A importância do Snow Patrol na minha vida é que, há dois anos, eu e a Bem-Amada fazíamos um ano de namoro. Na época eu ganhei dela dois presentes: um mural de metal para colocar na parede de meu quarto e um CD: Final Straw.

Então, agora, quando eu vejo o Snow Patrol servindo como pretexto para embalar outros casais de namorados, até fico feliz. Pois a “paixão” e “alegria” deles me faz lembrar de uma bonita história que completou, na semana passada, três aninhos.